domingo, 1 de dezembro de 2019

Nove pessoas morrem pisoteadas em baile funk de Paraisópolis zona sul de São Paulo

Ao menos nove pessoas morreram pisoteadas na madrugada deste domingo (1º) em um baile funk na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo.

Outras sete ficaram feridas e foram socorridas. Dois carros da Polícia Militar foram depredados. 

Segundo a PM, o tumulto começou por volta das 5h, quando uma moto passou atirando nos policiais. 

A perseguição se deu por 400 metros e depois os suspeitos entraram no meio do baile ainda disparando. De acordo com o tenente-coronel Emerson Massera, eles usaram os frequentadores do evento como escudos humanos.

Jovens feridos e familiares de vítimas afirmam, porém, que a ação da PM foi uma emboscada e não perseguição a suspeitos.

Imagens mostram cenas de pessoas sendo agredidas por policiais em vielas do local.  

Uma adolescente de 17 anos que pediu para não ser identificada conta que ficou presa em uma viela após muita correria e recebeu golpes de cassetete de policiais militares em várias partes do corpo. 

"Eles [PMs] foram realmente na maldade para ninguém conseguir correr. Eu ouvi tiros e vi muita gente pisoteada. Inclusive vi um policial dando uma garrafada em uma pessoa no meio da confusão. Eles fecharam as saídas das ruas e saíram espancando. Foi uma covardia" 

"Foi um desespero. Todo mundo correndo tentando salvar a própria vida. Vi gente desacordada e gente morta. Estamos acostumados com as bombas no baile. Tem quase toda semana. Mas, dessa vez fomos encurralados", diz Vinicius Martins, 18, outro frequentador. 

Ele diz ter conseguido escapar de ser pisoteado, mas foi atingido por estilhaços de uma bomba. Quebrou o nariz e teve ferimentos no rosto. 

A PM abriu inquérito para apurar circunstâncias do tumulto. Massera diz que a perseguição está comprovada, uma vez que policiais avisaram rapidamente sobre a abordagem, mas afirmou que ainda não é possível saber se eles agiram de forma correta.

Ele disse que "houve necessidade do uso de munição química", com quatro granadas de efeito moral e oito tiros de balas de borracha. "Mas a correria aconteceu ainda na perseguição." 

O oficial afirmou que a ação foi diferente das demais que vêm ocorrendo em pancadões e que o consenso é que a atuação deve ser preventiva, isto é, os policiais devem buscar ocupar o lugar do baile funk antes da aglomeração.

Na noite de sábado, policiais chegaram a tentar ocupar o lugar antes, diz a PM. Sem conseguir evitar o evento, passaram a monitorar os arredores. A abordagem à moto aconteceu porque o veículo era parecido com um que já havia atirado nos policiais.
Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB) afirmou lamentar profundamente as mortes e que determinou ao secretário da Segurança Pública, general Campos, apuração "para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio".

Três anos atrás, Doria definiu os pancadões como “um cancro que destrói a sociedade”, sob a guarda do PCC.

Recentemente, uma adolescente de 16 anos ficou cega do olho esquerdo após ser atingida por uma bala de borracha durante a dispersão de um baile funk, em Guaianases (zona leste da capital paulista). 

Segundo a família da jovem, uma viatura da PM passou ao lado da adolescente e atirou contra a jovem com uma arma de bala de borracha, atingindo-a na região do olho esquerdo. Socorrida, ela foi submetida a uma cirurgia de reconstrução do globo ocular.

Com informações do Agora e do Uol
Site Folha

Nenhum comentário:

Polícia Civil prende flagrante mãe e filho por tráfico de drogas em Mossoró

Policiais civis da Delegacia Especializada em Narcóticos de Mossoró (DENARC/Mossoró), em operação no combate ao tráfico de drogas, nesta qua...