Ao menos nove pessoas morreram pisoteadas na
madrugada deste domingo (1º) em um baile
funk na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo.
Outras sete ficaram feridas e foram socorridas. Dois
carros da Polícia Militar foram depredados.
Segundo a PM, o tumulto começou por volta das 5h,
quando uma moto passou atirando nos policiais.
A perseguição se deu por 400 metros e depois os suspeitos
entraram no meio do baile ainda disparando. De acordo com
o tenente-coronel Emerson Massera, eles usaram
os frequentadores do
evento como escudos humanos.
Jovens feridos e familiares de vítimas afirmam, porém, que a ação da
PM foi uma emboscada e não perseguição a suspeitos.
Imagens mostram cenas de pessoas sendo agredidas
por policiais
em vielas do local.
Uma adolescente de 17 anos que pediu para não ser
identificada conta que ficou presa em uma viela após muita correria e recebeu
golpes de cassetete de policiais militares em várias partes do corpo.
"Eles [PMs] foram realmente na maldade para ninguém
conseguir correr. Eu ouvi tiros e vi muita gente pisoteada. Inclusive vi um
policial dando uma garrafada em uma pessoa no meio da confusão. Eles fecharam
as saídas das ruas e saíram espancando. Foi uma covardia"
"Foi um desespero. Todo mundo correndo tentando
salvar a própria vida. Vi gente desacordada e gente morta. Estamos acostumados
com as bombas no baile. Tem quase toda semana. Mas, dessa vez fomos
encurralados", diz Vinicius Martins, 18, outro frequentador.
Ele diz ter conseguido escapar de ser pisoteado, mas foi atingido
por estilhaços de uma bomba. Quebrou o nariz e teve ferimentos no rosto.
A PM abriu inquérito para apurar circunstâncias do
tumulto. Massera diz que a perseguição está comprovada, uma vez que policiais
avisaram rapidamente sobre a abordagem, mas afirmou que ainda não é possível
saber se eles agiram de forma correta.
Ele disse que "houve necessidade do uso de
munição química", com quatro granadas de efeito moral e oito tiros de
balas de borracha. "Mas a correria aconteceu ainda na
perseguição."
O oficial afirmou que a ação foi diferente das demais que
vêm ocorrendo em pancadões e que o consenso é que a atuação deve ser
preventiva, isto é, os policiais devem buscar ocupar o lugar do baile funk
antes da aglomeração.
Na noite de sábado, policiais chegaram a tentar ocupar o
lugar antes, diz a PM. Sem conseguir evitar o evento, passaram a monitorar os
arredores. A abordagem à moto aconteceu porque o veículo era parecido com um
que já havia atirado nos policiais.
Nas redes sociais, o governador João Doria (PSDB)
afirmou lamentar profundamente as mortes e que determinou ao secretário da
Segurança Pública, general Campos, apuração "para esclarecer quais
foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio".
Três anos atrás, Doria definiu os pancadões
como “um
cancro que destrói a sociedade”, sob a guarda do PCC.
Recentemente, uma
adolescente de 16 anos ficou cega do olho esquerdo após ser atingida por
uma bala de borracha durante a dispersão de um baile funk, em Guaianases
(zona leste da capital paulista).
Segundo a família da jovem, uma viatura da PM passou
ao lado da adolescente e atirou contra a jovem com uma arma de bala de
borracha, atingindo-a na região do olho esquerdo. Socorrida, ela foi submetida
a uma cirurgia de reconstrução do globo ocular.
Com informações do Agora e do Uol
Site Folha
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