Parte
do plano de reestruturação do sistema prisional protagonizado pelo Governo do
Estado do Rio Grande do Norte é a criação de um ambiente favorável, para que
empresas contratem mão de obra carcerária. O governador em exercício, Antenor
Roberto e o secretário da Administração Penitenciária, Pedro Florêncio
estiveram na tarde desta sexta-feira, 29, na sede Federação das Indústrias
Estado do RN (Fiern), dialogando com empresários sobre o projeto.
O
governador em exercício, Antenor Roberto, destacou que o Rio Grande do Norte
vem avançando gradualmente no sistema de Segurança Pública e a reformulação do
sistema prisional é parte fundamental deste processo. “Uma das primeiras
medidas que tomamos foi avançar na profissionalização das pessoas privadas de
liberdade, bem como para os agentes penitenciários, dando visibilidade e
corresponsabilidade pelo sistema. Convocamos agentes concursados e adotamos
medidas de valorização da categoria. O controle do sistema passa diretamente
pelo desempenho desta função”, disse.
O
secretário Pedro Florêncio explicou que para manter o sistema sob controle e
seguro, é preciso ir além e ter um olhar diferente para as pessoas privadas de
liberdade, promovendo ações de ressocialização dos internos através de
educação, capacitação e trabalho. “Temos uma certeza, aquela pessoa que está
cumprindo pena, em algum momento, vai retornar para a sociedade e cabe a nós a
decisão de como vamos devolvê-lo”, enfatizou Florêncio.
As
empresas podem aderir em dois formatos, contratando mão de obra carcerária em
sua empresa ou instalando-se dentro do sistema penitenciário. O major Avelino,
chefe de gabinete de Segurança Institucional da Seap, conduziu a apresentação
mostrando cases de projetos semelhantes que estão em pleno funcionamento em
outros estados brasileiros, bem como os benefícios para os empresários aderirem
ao programa.
Os
benefícios para as empresas são muitos, o primeiro deles é social, romper com o
ciclo do crime, visto que o apenado não retorna para a criminalidade. A
segurança patrimonial é outro ganho, que é garantida pelo Estado para àquelas
empresas que se instalarem dentro dos presídios. Outra vantagem é a remuneração
dos trabalhadores que não segue as leis da Consolidação da Leis Trabalhistas
(CLT), o pagamento é o salário mínimo sem adição de impostos (INSS, FGTS ou 13º
salário).
O
preso que trabalha, segue de acordo com a Lei de Execuções Penais, recebe como
remuneração 25% numa conta poupança para ser resgatado quando posto em
liberdade, outros 25% são encaminhados ao Estado como forma de ressarcimento
das despesas com a manutenção do condenado, e os 50% restantes são recebidos
pela família do interno.
Atualmente,
cerca de mil internos com bom comportamento participam de cursos de capacitação
promovidos pelo Senai através de contrato com a Seap. “Estes internos saem com
capacitação para ter seu próprio negócio, visto que a entrada no mercado de
trabalho é uma outra barreira, mas a possibilidade de retorno ao crime foi
reduzida”, destacou Pedro Florêncio.
Outra
medida adotada pelo Governo para garantir segurança ao projeto, foi a
assinatura de um Termo de Cooperação Técnica para implementação do Plano
Estadual da Política Nacional de Trabalho à Pessoa Privada de Liberdade e
Egresso do Sistema Prisional. O documento foi assinado na última quinta-feira
(28) pelo Governo do Estado, através da Secretaria da Administração
Penitenciária (Seap), com a Procuradoria Regional do Trabalho e o Ministério
Público do Trabalho. “Chamamos o Ministério Público para apoiar e fazer parte
deste projeto, pois acreditamos no sucesso e no benefício para toda a
sociedade”, reforçou o governador em exercício.
Uma
nova reunião entre o Governo do Estado e as empresas interessadas em aderir ao
programa foi agendada para a próxima semana. “Nós somos parceiros do Rio Grande
do Norte, e temos a certeza que este projeto de inclusão social junto aos
apenados, com o trabalho do Senai na formação e qualificação profissional, será
um projeto de sucesso. Desta reunião algumas empresas já mostraram interesse,
voltaremos a nos reunir para aprofundar este debate”, concluiu o presidente da
Fiern, Amaro Sales.
Assecom-RN
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