O Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir na próxima
quarta-feira (11) se empresas privadas podem fazer doações para
candidatos e partidos políticos durante campanhas eleitorais.
Está na pauta de julgamentos do tribunal uma ação na qual a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) pede que sejam declarados ilegais trechos da
legislação que autorizam o financiamento de campanhas eleitorais por
pessoas jurídicas.
O processo, cujo relator é o ministro Luiz Fux, é o primeiro item da
pauta da sessão de quarta. Mas cabe ao presidente do Supremo, Joaquim
Barbosa, decidir o que será julgado primeiro.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi protocolada pela OAB
em 2011. A entidade pediu uma decisão liminar (provisória) para proibir
que as empresas financiassem campanhas, mas Fux decidiu que o tema
deveria ser avaliado em definitivo pelo plenário em razão da "inegável
relevância social".
Em junho, Fux realizou audiência pública para ouvir argumentos
favoráveis e contrários a doações de empresas para candidatos e
partidos.
Em outubro do ano passado, a Procuradoria Geral da República enviou
parecer concordando com a ação da OAB e opinando pela
inconstitucionalidade do financiamento por parte de empresas.
O documento, assinado pelo ex-procurador-geral da República Roberto
Gurgel afirmou que "a opção legislativa pela possibilidade de doações
por pessoas jurídicas permite uma nefasta cooptação do poder político
pelo poder econômico".
Gurgel afirmou ainda ser contrário à regra que permite uso de
recursos próprios dos candidatos durante a disputa por causar, segundo
ele, "disparidade crassa entre as possibilidades competitivas e de êxito
eleitoral dos cidadãos ricos e pobres".
A Procuradoria pediu que, caso o Supremo declare as normas
inconstitucionais, dê prazo de 24 meses para que o Congresso Nacional
faça uma nova lei sobre financiamento de campanha para não se criar uma
"lacuna jurídica".
O atual procurador Rodrigo Janot deve falar em plenário sobre o tema na próxima quarta.
Em fevereiro deste ano, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado
Coêlho, pediu ao STF, logo após assumir o mandato na entidade,
"preferência" para a análise do tema.
Fonte: G1
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