O Ministério Público do Rio Grande do Norte expediu hoje Recomendação Ministerial dando um prazo de cinco dias
para que os médicos ortopedistas do Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel/PS Clóvis Sarinho, representados pelo chefe da equipe, médico
Amaro Alves de Souza, cumpram integralmente a escala de trabalho
publicada no Diário Oficial do RN, pela Secretaria de Estado da Saúde
Pública (Sesap), sob pena de responsabilização administrativa, civil e
criminal de cada profissional envolvido.
Assinada pelo Promotor de Justiça Substituto, Carlos Henrique
Rodrigues da Silva, a Recomendação considera uma flagrante ofensa, a
elaboração e cumprimento de uma escala paralela à escala preparada pela
Sesap em função do pedido de exoneração intempestivo de quatro médicos
que compunham a equipe. Para o Ministério Público, “essa escala
paralela, com três médicos por turno de plantão, implica a insuficiência
de profissionais para completar a escala até o final do mês de
dezembro, deixando vazios em vários dias de plantão”.
E tal conduta por parte dos médicos servidores públicos,
segundo a Recomendação Ministerial, configura proibição constante do
art. 130, IV, da Lei Complementar Estadual nº 122, de 30 de junho de
1994. “A responsabilização administrativa do servidor infrator não
afasta as demais esferas de responsabilidade civil e criminal,
decorrentes do prejuízo imputado à população pela incompletude das
escalas de trabalho no HMWG/OS Clóvis Sarinho que implica na
descontinuidade na oferta dos serviços de traumato-ortopedia”, diz o
documento Ministerial.
A escala emergencial elaborada pela Sesap e, atualmente, descumprida
pela equipe de ortopedistas, estabelece a alternância de dois e três
ortopedistas por plantão. “Entendemos que a escala ideal é a de três
plantonistas, mas essa foi a forma emergencial que encontramos para
fechar a escala até o final de dezembro e a população não ficar
desassistida a partir do dia 22, por falta de médicos”, informa Camila
Costa, da Coordenadoria de Operações de Hospitais e Unidades de Referência (COHUR), da Sesap.
Ela aproveita a Recomendação do MP para reiterar o apelo aos médicos
ortopedistas para que entendam as dificuldades do momento e cumpram a nova escala estabelecida pela Secretaria para evitar as medidas administrativas cabíveis à situação.
“Não há tempo para cumprir os trâmites burocráticos de se fazer um
processo licitatório de contratação de cooperativa médica, nem tampouco
para realização de concurso, já que não temos profissionais concursados
para convocar. Apelamos então ao bom senso desses profissionais porque
estamos no fim de ano, quando ocorre, naturalmente, o aumento no número
de acidentes, devido às festividades de Natal e Reveillón e não podemos
ficar sem ortopedistas no principal hospital pronto-socorro da capital”,
reforça ela.
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