Atmosfera poluída na capital de São Paulo, onde há mais carros em circulação.
Se de 2008 para cá diminuiu bastante o desmatamento na Amazônia, segundo os estudiosos, em contrapartida a frota de carros aumentou significativamente. E isso foi decisivo para colocar o Brasil na nada meritória condição de país poluidor de primeiro mundo, devido à elevada queima de combustível fóssil.
Segundo o inventário de emissão de gases de efeito estufa, lançado este ano pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, houve a inversão do tipo de poluição predominante no Brasil em comparação com relatório anterior, de 2004, que apontou o desmatamento como principal causa de emissão de gases de efeito estufa.
Somando-se ao aumento da frota veicular (consequência da política oficial de incentivo à compra do carro próprio), a agricultura (sobretudo a cultura de arroz) incentivou a emissão de gás metano.
A expansão da mineração e das usinas termelétricas também faz aumentar a poluição atmosférica.
Como disse esta semana o pesquisador peruano José Marengo, representante latino-americano no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, se tivéssemos um transporte de massa confiável e confortável, as pessoas tenderiam a deixar os carros em casa.
Professor de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e indicado pelo Brasil para o programa de monitoramento do clima, Marengo aponta como alternativa para redução dos gases de efeito estufa não só a redução de frota veicular, mas a ampliação dos métodos de energia renovável (solar, eólica e biomassa), além da redução no consumo das usinas termelétricas.
Alerta sobre câncer
Após milhares de estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou oficialmente esta semana que o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta de forma significativa nas pessoas expostas à poluição atmosférica. Os especialistas também notaram uma associação com um risco maior de câncer de bexiga, conforme comunicado do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), uma agência da OMS.
Segundo os pesquisadores, em 2010 cerca de 223 mil pessoas morreram de câncer de pulmão relacionado à poluição do ar. Nos últimos anos, os níveis de exposição à poluição do ar aumentaram significativamente em algumas regiões do mundo, em particular as mais populosas e em crescimento industrial rápido, como a China.
A OMS ressalta que os transportes, a indústria e a agricultura são alguns dos causadores do problema. Conclusões mais detalhadas dos estudos serão publicas pelo CIIC na próxima quinta-feira (24) no site do The Lancet Oncology. A revista online The Lancet é uma das publicações mais renomadas da área da saúde no mundo.
A Tarde
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