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domingo, 20 de outubro de 2013

Brasil polui como país de 1º mundo; automóveis são os vilões

              Atmosfera poluída na capital de São Paulo, onde há mais carros em circulação.

Se de 2008 para cá diminuiu bastante o desmatamento na Amazônia,  segundo os  estudiosos, em contrapartida a frota de carros aumentou significativamente. E isso foi decisivo para colocar o Brasil na nada meritória  condição de país poluidor de primeiro mundo, devido à elevada queima de combustível fóssil.

Segundo o inventário de emissão de gases de efeito estufa, lançado este ano pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, houve a inversão do tipo de poluição predominante no Brasil em comparação com relatório anterior, de 2004, que apontou  o desmatamento como  principal causa de emissão de gases de efeito estufa.

Somando-se ao aumento da frota veicular (consequência da política oficial de incentivo à compra do carro próprio), a agricultura (sobretudo a cultura de arroz) incentivou a emissão de gás metano.

 A expansão da mineração e das usinas termelétricas também faz aumentar a poluição atmosférica.
Como disse esta semana o pesquisador peruano José Marengo, representante latino-americano no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, se  tivéssemos um  transporte de massa  confiável e confortável, as pessoas tenderiam a deixar os carros em casa.

Professor de pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e  indicado pelo Brasil para o programa de monitoramento do clima, Marengo aponta como alternativa para redução dos gases de efeito estufa não só a redução de frota veicular, mas a ampliação dos  métodos de energia renovável (solar, eólica e biomassa), além da redução no consumo das usinas termelétricas.

Alerta sobre câncer

Após milhares de estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou oficialmente esta semana que  o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta de forma significativa nas pessoas expostas à poluição atmosférica. Os especialistas também notaram uma associação com um risco maior de câncer de bexiga, conforme comunicado do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIIC), uma agência da OMS.

Segundo os pesquisadores,  em 2010 cerca de 223 mil pessoas morreram de câncer de pulmão relacionado à poluição do ar. Nos últimos anos, os níveis de exposição à poluição do ar aumentaram significativamente em algumas regiões do mundo, em particular as mais populosas e em crescimento industrial rápido, como a China.

A OMS  ressalta  que os transportes, a indústria e a agricultura são alguns dos causadores do problema. Conclusões mais detalhadas dos estudos serão publicas pelo CIIC  na próxima quinta-feira (24) no site do The Lancet Oncology.  A revista  online The Lancet é uma das publicações mais renomadas da área da saúde no mundo.

 Bernardo de Menezes, A Tarde

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