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terça-feira, 22 de outubro de 2013

3.890 celulares foram apreendidos nos presídios do Ceará só este ano

Somente este ano (entre 1º de janeiro e 15 de outubro), 3.890 celulares foram apreendidos nas penitenciárias e cadeias públicas do Ceará, uma média de 13 por dia. Durante todo o ano passado, o volume de apreensões chegou a 4.412 celulares (média diária de 12 aparelhos). Os dados são da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus).

A entrada de celulares em presídios tem permitido a comunicação entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo investigação do Ministério Público de São Paulo, divulgada este mês. Somente no Ceará, seriam 120 membros da facção criminosa.

Fragilidade

O volume de apreensões revela um cenário de fragilidade na segurança dos centros de detenção do Estado. Impressiona a quantidade dos equipamentos de comunicação que circulam entre os presos. Apenas no mês de fevereiro, por exemplo, 1.035 aparelhos foram recolhidos pelos agentes penitenciários.

A Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Luciano Andrade Lima (CPPL I), em Itaitinga, lidera as estatísticas e desponta como a unidade onde mais se apreendeu celulares este ano, com 870 casos. Em seguida está a Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo (PFHVA), em Pacatuba, com 619 aparelhos recolhidos. Já na Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal, a CPPL de Caucaia, 594 celulares foram tomados dos detentos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp-CE), Valdemiro Barbosa, a facilidade com que os equipamentos chegam aos detentos se deve à falta de fiscalização, deficiência de efetivo e falta de equipamento de trabalho dos servidores.

“Existem unidades hoje que abrigam 1.300 presos, mas contam com apenas 15 agentes por equipe, realizando a segurança do prédio. Tem presídio que dispõe de 15 guaritas, mas somente duas ocupadas por policiais. O cara vem de fora e joga o aparelho pra dentro na maior facilidade do mundo. Depois, o preso vai lá e busca”, disse o presidente.

Ainda conforme o sindicalista, equipamentos como o de “raios x” e body scanner, usados nas revistas feitas aos visitantes, carecem de manutenção. “Infelizmente, o Estado compra os aparelhos, mas não dá manutenção. Quando os aparelhos quebram, ficam encostados. Daí acontece de quatro agentes terem que fazer a vistoria em 700 pessoas, como ocorre no presídio feminino Auri Moura Costa”, disse.

As vistorias são programadas pela Coordenadoria do Sistema Penal (Cosipe), através do Núcleo de Segurança e Disciplina (Nused), que tem acompanhado de perto o trabalho dos agentes penitenciários. Durante as inspeções, além dos celulares, também são encontrados cadernos de anotações, chips, baterias, drogas e armas artesanais.


Fonte: O Povo

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