O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (4) com ressalvas
as contas de campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e do vice-presidente
eleito, general Hamilton Mourão (PRTB).
A
diplomação de Bolsonaro está marcada para o próximo dia 10, e o TSE precisava
analisar as contas da campanha antes disso.
Ao votar,
o relator do caso, Luís Roberto Barroso, afirmou que, segundo a área
técnica do tribunal, grande parte das "inconsistências" na prestação de contas foi
sanada após a defesa de Bolsonaro retificar a prestação.
"As irregularidades
detectadas são de pouquíssima relevância", afirmou.
Segundo a
prestação entregue pelos advogados de Bolsonaro, a campanha arrecadou R$ 4,3 milhões e gastou R$ 2,8 milhões.
Ressalvas nas contas
As
ressalvas correspondem à não comprovação de despesas que somam R$ 58.333,32.
"As
irregularidades, em seu conjunto, correspondem a 1,33% [do total arrecadado],
esse valor de pequena expressão não acarreta a reprovação das contas",
afirmou Barroso ao votar.
Ainda
segundo o relator, o julgamento da prestação de contas não impede a
investigação de eventuais irregularidades nas esferas cível e criminal posteriormente.
O
ministro determinou o recolhimento, ao Tesouro Nacional, de R$ 5,2 mil
relativos ao recebimento de doações de fontes vedadas e de R$ 3 mil relativos
ao recebimento de recursos de origem não identificadas.
"Os
números envolvidos na presente prestação demonstram ser possível participar das
eleições mediante mobilização da cidadania e não do capital sem fazer do
processo eleitoral sem fazer do processo eleitoral um derramamento de dinheiros
escusos", concluiu.
Os
ministros Edson Fachin, Jorge Mussi, Og Fernandes, Admar Gonzaga e Tarcísio
Vieira acompanharam o relator.
Última a
votar, a presidente da Corte, Rosa Weber, também acompanhou o voto de Barroso e
elogiou a prestação de contas. "As ressalvas são mínimas e se impõem
exclusivamente em função dos critérios", afirmou.
Argumentos
A
advogada de Bolsonaro, Karina Kufa, afirmou que o candidato buscou
"baratear" a campanha, já que se tratava de partido pequeno com
poucos doadores, e que eventuais falhas na prestação de contas foram sanadas,
por isso, pediu a aprovação sem ressalvas.
Sobre a
doação de permissionários, vedadas por lei, a advogada disse que não há lista
prévia para que sejam impedidas as doações nas plataformas digitais, o que
torna "impossível" à campanha identificar esses valores.
Para o
vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, apesar das
correções feitas pelos advogados, a prestação de contas apresenta falhas, o que
justifica a aprovação com ressalvas.
A área
técnica do tribunal e a Procuradoria Geral Eleitoral recomendaram a aprovação
com ressalvas. Apesar de ter apontado 23 inconsistências na prestação enviada
ao TSE, o entendimento foi o de que elas não comprometeram a regularidade da
prestação.
Contas do PSL
A Corte
também aprovou, por unanimidade, as contas do PSL com ressalvas. Segundo o TSE,
o partido terá que devolver ao Tesouro Nacional o valor de R$ 750.
G1/Brasília