O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello
determinou nesta quarta-feira, 19, em decisão liminar, que todos os presos após
condenações em segunda instância devem ser soltos. A medida inclui o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sentenciado a 12 anos e 1 mês de
prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O petista está preso
em Curitiba desde o dia 7 de abril.
A decisão do ministro do Supremo, tomada em uma Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) movida pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), não
abrange presos que estejam detidos cautelarmente, isto é, cuja liberdade
represente, por exemplo, risco de fuga ou de obstrução das investigações.
“Defiro a liminar para, reconhecendo a harmonia, com a Constituição
Federal, do artigo 283 do Código de Processo Penal, determinar a suspensão de execução
de pena cuja decisão a encerrá-la ainda não haja transitado em julgado, bem
assim a libertação daqueles que tenham sido presos, ante exame de apelação,
reservando-se o recolhimento aos casos verdadeiramente enquadráveis no artigo
312 do mencionado diploma processual”, escreveu Marco Aurélio.
O ministro submeteu a liminar ao plenário do STF, mas ela só será
apreciada pelos 11 ministros da Corte após o recesso do Judiciário, em 2019. O
presidente do STF, ministro Dias Toffoli, havia marcado para o dia 10 de abril
do próximo ano o julgamento de ADCs que pediam a suspensão das prisões após
segunda instância, incluindo a do PCdoB.
A posição majoritária do plenário do STF atualmente é a de que é
possível que um condenado em segundo grau seja preso para cumprir pena, como no
caso de Lula. Antes que o ex-presidente fosse preso, os ministros do Supremo
negaram por 6 votos a 5 um habeas corpus preventivo movido pela defesa dele,
justamente com base nesse entendimento.
VEJA ABRIL