
Em
dias letivos é sempre assim. Ela chega com uma caixa de isopor e se
instala na entrada da guarita do campus leste. E a mercadoria da jovem
vendedora? “Din-din” também conhecido por alguns como “sacolé”. Por dia,
Pâmela chega com 100 unidades de sabores diversos e, duas horas depois,
vai embora com o depósito vazio. “Meta cumprida”, comemora.
O que chama
atenção nessa história é a força de vontade e a superação dessa
mossoroense. Pâmela chegou há 2 anos na Ufersa, mas nunca tinha passado
do portão. Até que em 2016 veio a mudança. Ela não só avançou a guarita
como agora caminha para um futuro com mais oportunidades. Incentivada
pelos alunos fregueses, Pâmela prestou a seleção para o curso de
Licenciatura em Educação do Campo e foi aprovada.
A vendedora de
Din-din agora se prepara para ser aluna da Universidade que ela sempre
viu de fora. Para a nova estudante, as aulas só começam no segundo
semestre letivo de 2016 (janeiro de 2017), mas a expectativa e a
ansiedade já tomam conta. Pâmela deve estudar pela manhã e tem
consciência que a rotina deve ficar mais pesada com os compromissos
acadêmicos, mas a jovem disse que não vai desistir. “Estou confiante que
isso será muito bom para mim”, destaca.
E os sonhos
dela não param por aí. Determinada, ela já avisou que vai fazer o ENEM
esse ano. Quanto ao curso, ainda não sabe qual escolher, só adiantou que
será da área das ciências sociais ou humanas, Direito ou Administração,
quem sabe. E o tempo para estudar? Pâmela aproveita todos os horários
livres para olhar o conteúdo, até mesmo entre a venda de seus produtos.
Força de vontade não falta para quem sempre enfrentou a dura realidade
da vida.
Com o sabor
doce do din-din, Pâmela chega a Ufersa para fazer a diferença e se
incluir no mundo universitário cheio de possibilidades e de novas
perspectivas. Os “din-dins” continuam adoçando e fazendo sucesso entre
os alunos, mas na vida da nova universitária eles agora terão que
dividir espaço com as canetas, livros e cadernos. É uma nova fase que
começa.
Assecom/ufersa