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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Seguro de vida com resgate cresce no mercado

Com a possibilidade de recuperar parte do dinheiro gasto, o seguro de vida resgatável tem crescido a um ritmo mais acelerado que o tradicional no mercado brasileiro.

O valor pago por segurados por esse tipo de produto cresceu 37,6% no ano até maio em relação ao mesmo período de 2015, bem acima dos 4,2% de alta no intervalo dos produtos que oferecem somente a cobertura em caso de morte ou invalidez permanente.

O seguro resgatável tem apelo entre aqueles que querem proteger a família em caso de morte, mas receber algum dinheiro no futuro se nada ocorrer.

"É uma maneira de aumentar o alcance do seguro. A partir do momento em que você coloca um componente que traz usufruto em vida, você tira a objeção do cliente que não vê vantagem no produto", diz Leonardo Lourenço, superintendente da Mongeral Aegon.

Existem duas modalidades de seguro resgatável: uma com prazo de validade -ao final do período o cliente recebe o dinheiro, mas perde a proteção. A outra é vitalícia, na qual o cliente cancela a apólice para resgatar parte do dinheiro.

O planejador financeiro Jean-Michel Lartigue diz que abrir mão da cobertura à medida que envelhece não é um problema porque, ao longo dos anos, a expectativa é que a família forme patrimônio e diminua a dependência da proteção oferecida pelo seguro em caso de morte.

"A necessidade de capital segurado diminui ou não existe mais. Ter seguro por um prazo e não ter mais não é absurdo", diz Lartigue.

Mas a possibilidade de ter o dinheiro de volta tem um preço. No começo do contrato, o seguro resgatável é mais caro que o tradicional porque parte do valor pago vai para uma reserva. A diferença diminui com o tempo -as mensalidades do seguro resgatável costumam ser só atualizadas pela inflação, enquanto o produto comum é reajustado também pela idade.

No Brasil, ainda são poucas as seguradoras que oferecem o seguro resgatável. A Folha conversou com três delas -Mongeral Aegon, Prudential e Mapfre- e com a Icatu Seguros, que prevê lançar o produto no primeiro trimestre de 2017.

Em geral, o capital mínimo contratado é maior que o dos seguros tradicionais -na Mongeral, é possível adquirir um seguro de R$ 100 mil, mas nas demais seguradoras a faixa parte de R$ 500 mil.

Na Prudential, um percentual do capital segurado pode ser resgatado em caso de doença grave, como câncer. As fatias variam de 40% se o cliente tiver até 65 anos e chegam a 60% se a idade superar 76 anos. Já na Mapfre, é possível antecipar 50% do valor contratado em caso de doenças terminais.

NÃO É INVESTIMENTO
Apesar de funcionar como uma espécie de reserva financeira, o produto não é um investimento. A rentabilidade do seguro é de apenas 3% ao ano mais a inflação acumulada no período. Com a taxa de juros em 14,25% ao ano no país, investimentos conservadores em renda fixa têm rendido mais de 10% anuais.

"Não é uma previdência. Se alguém entrar pensando que vai constituir uma previdência privada, não é. Se é para constituir patrimônio para aposentadoria, existem instrumentos mais eficientes", afirma Lartigue.

Se o foco for a aposentadoria, existem planos de previdência privada ou investimentos em fundos ou em títulos do Tesouro Direto.

Fonte: Folha de S. Paulo

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