Os 43,2 milhões de votos que levaram a presidente Dilma Rousseff (PT) ao segundo turno na condição de candidata a ser batida não deram a vantagem com a qual o PT estava acostumado desde 2002.
As primeiras pesquisas sobre a intenção de voto do eleitor para o segundo turno colocam a petista numericamente atrás do adversário Aécio Neves (PSDB) e, aos poucos, a estratégias do partido para vencer as eleições começam a ficar evidentes.
Confira abaixo as cinco armas de Dilma para vencer as eleições e conseguir mais quatro anos de mandato.
As cinco armas para Dilma se reeleger
1. Ampliar a votação no Nordeste
No 1º turno, Dilma venceu em todos os Estados do Nordeste, exceto em Pernambuco, mas o PT sabe que para vencer o 2º turno, ela terá de ampliar sua votação por lá. Ao todo, Dilma conseguiu 50% dos votos do eleitor nordestino e desde o início do segundo turno, o foco na região ficou evidente. Em 3 dias, Dilma percorreu 5 Estados (Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas e Paraíba) e deverá voltar à região.
2. Recuperar o eleitorado de São Paulo
A derrota de Dilma em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, acendeu a luz de alerta na coordenação de campanha. Para recuperar o eleitorado paulista, o PT deverá explorar a figura do ex-presidente Lula ao máximo, colocar algumas de suas lideranças para viajar pelo Estado e enfatizar, no programa eleitoral, os investimentos feitos pelo Governo Federal em São Paulo.
3. Conquistar o voto da classe média
O Datafolha mostrou que a rejeição de Dilma é maior entre os eleitores da classe média alta e os considerados ricos. No 2º turno, a candidata começou a indicar que pretende "falar" a língua da classe média. Ela passou a citar investimentos em mobilidade urbana e alguns dos programas como o Ciências Sem Fronteiras e Pronatec, considerados exemplos de políticas voltadas para a classe média.
4. ´Desconstruir´ a imagem de Aécio
A ideia é usar a vitória de Dilma em Minas Gerais, onde Aécio já foi governador, e a eleição de Fernando Pimentel (PT) já no 1º turno. Além de usar o horário eleitoral, no sábado (11), Dilma criticou a construção do polêmico aeroporto do município de Cláudio, no interior mineiro, construído pelo governo de Aécio em uma fazenda de um de seus tios. "Isso não é moral", disparou Dilma.
5. Reforçar o discurso ´nós´ contra ´eles´
A polarização entre PT e PSDB, ameaçada pela candidatura de Marina Silva (PSB), voltou a ser a tônica da disputa presidencial. No discurso de Dilma, o "nós" foi responsável pela expansão dos programas sociais, aumento da distribuição de renda e baixo desemprego. O "eles", os tucanos chamados de "fantasmas do passado", foram responsáveis pelo "desemprego massivo, arrocho salarial".
Fonte: UOL