De acordo
com informações, a barragem, localizada a 57 quilômetros de Belo Horizonte,
rompeu-se por volta das 12h20, de sexta-feira, 25 de janeiro. Sobreviventes
relatam que um mar de lama tomou conta de estradas, do rio, do povoado e,
sobretudo, da área da Vale, empresa responsável pela barragem. Como era hora do
almoço, muitos funcionários ficaram retidos no restaurante.
O misto
de perplexidade, tristeza e indignação se instalou no país. As dificuldades
causadas pela lama e riscos de contaminação aliados à chuva intensa aumentaram
ainda mais a tensão nas buscas por vítimas. Famílias inteiras desapareceram.
Nem todos foram localizados.
Ontem
(24), ocorreram manifestações em Brumadinho e em Belo Horizonte para homenagear
os mortos.
Mar de
lama de barragem que se rompeu em Brumadinho Reuters/Adriano Machado/Direitos
Reservados
Incertezas
Pela
estimativa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, os trabalhos deverão se
estender por três a quatro meses após o rompimento.
Os
rejeitos atingiram o Rio Paraopeba, e o governo de Minas proibiu o consumo da
água, devido ao risco de contaminação. Não há estimativa de suspensão da
medida.
Governo
O
presidente Jair Bolsonaro determinou uma ação rápida após a tragédia. Ele
sobrevoou a área que se transformou em um mar de lama e orientou uma
força-tarefa a atuar na busca por soluções. Pelo Twitter, ele lamentou o
rompimento da barragem.
“Nossa
maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave
tragédia”, disse Bolsonaro na época.
No último
dia 18, foi publicada resolução no Diário Oficial da União por recomendação da
Agência Nacional de Mineração (ANM). O Ministério de Minas e Energia definiu
uma série de medidas de precaução de acidentes nas cerca de mil barragens
existentes no país, começando neste ano e prosseguindo até 2021. A medida prevê
a extinção ou descaracterização das barragens chamadas "a montante",
exatamente como a que se rompeu em Brumadinho, até 15 de agosto de 2021.
Animais
foram resgatados do mar de rejeitos, após o rompimento da barragem Adriano
Machado/Reuters/Direitos reservados
Outro
lado
Há três
dias, a Vale informou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que vai manter o
pagamento de dois terços dos salários de todos os empregados próprios e terceirizados
que morreram na tragédia. Segundo a empresa, o pagamento será mantido por um
ano ou até que seja fechado um acordo definitivo de indenização.
A empresa
também se comprometeu a só transferir empregados após prévia consulta e
concordância do trabalhador, além de consulta ao sindicato. Para a
transferência, será priorizado o local de origem do empregado.
Anteriormente,
a Vale se comprometeu a garantir emprego ou salário para os empregados de
Brumadinho, inclusive os terceirizados, até 31/12/2019. Também prometeu pagar
as despesas com funeral e verbas rescisórias das vítimas fatais, conforme
certidão emitida pelo INSS.
A Vale
informou que dará atendimento psicológico e fará pagamentos de auxílio-creche e
de auxílio-educação, além de danos morais para cônjuges ou companheiras,
filhos, pais e irmãos das vítimas.
Agência
Brasil Brasília
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