Presos da Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró,
cidade da região Oeste potiguar, vão dormir no concreto e passarão calor
por um bom tempo. É que a Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc)
mandou recolher todos os colchões e ventiladores dos detentos da
unidade.
A medida, segundo o secretário Wallber Virgolino, foi aplicada
como um castigo após um motim ocorrido nesta quinta-feira (16). “É para aprenderem a preservar o patrimônio público”, afirmou. A unidade possui 379 homens no regime fechado.
Pela manhã, presos fizeram uma algazarra dentro da penitenciária
durante o horário de visita íntima. Soltos pelos pavilhões, houve
quebra-quebra, pergolados das paredes foram destruídos, objetos
queimados e, por muito pouco, grupos rivais não se enfrentaram. A
confusão durou 40 minutos.
Não houve mortes, mas alguns detentos ficaram feridos e precisaram de
socorro médico. Pelo menos 14 teriam foram levados para atendimento no
Hospital Regional Tarcísio Maia.
"Espero que eles aprendam. Além do castigo de ficarem sem ventilares e
colchões, também já ordenei a suspensão das visitas do fim de semana. E
também vai ser aberta uma sindicância, onde os responsáveis pela
algazarra e quebradeira deverão ser punidos", acrescentou Virgolino.
De acordo com o secretário, os agentes do Grupo de Escolta Penal (GEP),
da própria penitenciária e policiais militares precisaram intervir para
evitar o confronto entre os presos. Os detentos quebraram os pergolados
e subiram até o telhado da unidade, ameaçando os rivais. “Eles trocaram
ameaças e tentaram se enfrentar, mas a ação foi impedida pelos
agentes”, relatou Virgolino.Massacre
Em janeiro deste ano, membros de duas fações rivais se digladiaram em Alcaçuz, maior presídio do estado. Na ocasião, pelo menos 26 detentos foram mortos.
O episódio ficou conhecido como o ‘Massacre de Alcaçuz’ – o mais violento da história do sistema prisional potiguar.
G1RN