"Reforma da previdência é para os servidores federais", disse Temer, ao lado de líderes do governo no Congresso.
Os servidores federais e os trabalhadores de empresas privadas continuam incluídos na proposta de reforma, como antes. Os militares, policiais civis e bombeiros já haviam ficado de fora.
Atualmente, servidores públicos homens se aposentam com 60 anos de idade e 35 de contribuição e as mulheres, com 55 anos de idade e 30 de contribuição. O governo propõe que eles passem a seguir as mesmas regras que os trabalhadores de empresas --entre elas, a idade mínima de 65 anos e a necessidade de contribuir por 49 anos para receber o valor integral.
Oposição à reforma
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 foi apresentada pelo governo federal em dezembro e está tramitando na Câmara dos Deputados, mas tem enfrentado oposição de políticos, sindicatos e membros da sociedade civil.Mais cedo, senadores de oposição protocolaram um pedido para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Previdência Social.
Na semana passada, houve protestos
em ao menos 19 Estados e no Distrito Federal, no chamado Dia Nacional
de Paralisações e Greves contra as Reformas da Previdência e
Trabalhista.
'Autonomia dos Estados'
O presidente disse que vai ficar "por conta dos Estados e municípios" a edição de normas relativas "a essa matéria", ou seja, caberá a eles avaliar se mudarão as regras da aposentadoria dos seus servidores, como professores da rede pública de ensino e funcionários da administração pública."Desde ontem, temos tido muitas reuniões com líderes da Câmara [dos Deputados] e do Senado. Surgiu com grande força a ideia de que deveríamos reconhecer a autonomia dos Estados, fortalecer o princípio federativo", afirmou Temer.
Temer disse, ainda, que sua gestão "desde a posse" tem procurado prestigiar os "princípios federativos". "Eles as farão [a reforma] se for necessário."
PEC já teve 130 pedidos de alteração
Atualmente, a PEC da reforma da Previdência está sendo discutida em audiências públicas na Comissão Especial na Câmara dos Deputados. Isso deve acontecer até 28 de março. Até lá, o relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), deve analisar todas as emendas (pedidos de mudança) apresentadas e decidir se elas entram ou não em seu relatório final.Ao todo, 130 modificações foram pedidas no texto original ao Congresso enviado pelo governo. As emendas pedem, por exemplo, para mudar a idade mínima, a regra de transição e a forma de cálculo dos benefícios.
Ainda não há uma data certa para que a PEC vá para votação no plenário da Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia afirmado que a previsão é de que seja colocada em pauta e aprovada "entre o final de abril e o começo de maio".
Do UOL, em São Paulo