A última etapa do processo foi concluída nesta tarde pelo relator, que
enviou aos demais integrantes do colegiado o relatório final. Ao
concluir o processo, Herman pediu a Gilmar Mendes que inclua o processo
imediatamente na pauta, conforme prevê a Lei de Inelegibilidade (Lei
Complementar 64/1990).
No relatório, que é mantido em sigilo pelo relator, há uma síntese
sobre a fase de coleta de provas, entre elas os depoimentos de delação
premiada de ex-executivos da empreiteira Odebrecht, que citaram supostos
pagamentos irregulares para a campanha presidencial. O voto de Herman
Benjamin será conhecido somente no dia do julgamento.
Apesar do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a ação
prosseguiu porque os dois integrantes da chapa podem ficar inelegíveis
por oito anos se o TSE entender pela cassação do resultado da eleição de
2014.
Composição do TSE
O TSE é formado por sete ministros, dois oriundos do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes e Luiz Fux; dois do Superior Tribunal de
Justiça, Herman Benjamin e Napoleão Nunes Maia Filho; e dois da
advocacia, Luciana Lóssio e Henrique Neves.
Nos próximos dois meses, Neves e a ministra Luciana vão encerrar seus
mandatos no TSE e serão substituídos. O STF já indicou para ocupar a
vaga de Henrique Neves o nome de três advogados. Fazem parte da lista
tríplice elaborada pelo STF os advogados Admar Gonzaga e Tarcísio
Vieira, que já atuam como substitutos no TSE, e Sérgio Silveira Banhos.
Gonzaga foi o mais votado da lista, com oito votos. Caberá ao presidente
Michel Temer fazer a indicação.
Processo
Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidenta Dilma
Rousseff e de seu companheiro de chapa, Michel Temer, foram aprovadas
com ressalvas, por unanimidade, no TSE. No entanto, o processo foi
reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por entender que há
irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que
teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Lava
Jato. Segundo entendimento do TSE, a prestação contábil da presidenta e
do vice-presidente é julgada em conjunto.
A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta
que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos
produtos foi documentado e monitorado. No início do mês, a defesa do
presidente Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do
PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De acordo com os
advogados, não se tem conhecimento de qualquer irregularidade no
pagamento dos serviços.
Agência Brasil