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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

JOVEM QUE JÁ MOROU NA RUA CONSTRÓI CASA PRÓPRIA VENDENDO JUJUBAS



Um estudante de 31 anos está construindo a casa própria, no sul de Palmas/TO, com o dinheiro da venda de jujubas. Danilo Correa que já chegou a morar na rua, conta que ter onde morar é um sonho realizado. “Deito e fico pensando: Eu estou na minha casa. É minha privacidade”.

Danilo vende cada doce a R$ 1. De segunda a sexta, na universidade onde estuda filosofia, são três caixas de jujuba, cada uma com 30. Aos sábados e domingos faz as vendas em parques e avenidas da cidade e segundo ele o lucro é maior já que vende cinco caixas. “Uma vez passei o dia inteiro vendendo e consegui fazer R$ 300”.

A cada venda, Danilo aborda as pessoas e fala sobre o projeto da construção da casa. Ele conta que muitas ficam sensibilizadas e fazem doações. "Já ganhei sacos de cimento. Uma vez uma pessoa me deu R$ 100 e nem quis a bala", disse.

Todas as vendas, compras e lucros são calculados e controlados. Ele compra a caixa de jujubas por R$ 8,90 e lucra 21,10. A compra dos materiais de construção é feita semanalmente. “Nas segundas-feiras vou à loja e compro o que vou precisar para a próxima etapa. Nessa segunda que vem vou comprar um pouco de cimento e areia para fazer o reboco da parte de dentro”, afirmou.

 Sonho realizado

O homem começou a vender as jujubas em setembro de 2016 e se mudou para a casa em 22 de dezembro. Apesar de ainda faltar alguns cômodos, o estudante diz que não existe sensação melhor do que estar na casa própria. Danilo conta que a meta é que a casa esteja totalmente pronta em dezembro de 2017. “Vai ser linda, com sala de estar, sala de jantar, duas suítes e cozinha”, comemora.

Vendo o sonho se realizar tão rápido, Danilo, que saiu de Belém (PA) para tentar a vida em Palmas, lembra dos momentos difíceis. “Já morei três dias e três noites na rua. Morei de favor na casa de pessoas e já me mandaram embora de uma casa”.

O estudante conta que nesse período usou o dinheiro que tinha restado e comprou balas para vender. Ele usava o lucro para se alimentar. “Eu ficava perto da Avenida JK com duas malas. Tinha horas que eu chorava”, lembra.

Segundo o amigo que acompanha a trajetória, Dynnison Conceição, a iniciativa de Danilo serve de exemplo para muitas pessoas. “Ele é um sonhador. Uma pessoa de muita fé que luta pelo que acredita com unhas e dentes. Ele superou as dificuldades e obstáculos da vida”, afirmou.

*G1 TO

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