MP investiga se o Governo deixou de aplicar aproximadamente R$ 165 milhões e se utilizou recursos do Fundeb para pagar salários de aposentados e pensionistas.
A
Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) solicitou a instauração do
inquérito civil público para apurar “possível ato de improbidade
administrativa” contra a governadora Rosalba Ciarlini referente ao uso
indevido de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (Fundeb).
O Ministério Público investiga se o Governo do Estado deixou de
aplicar aproximadamente R$ 165 milhões e se utilizou recursos do Fundo
de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) para pagar, irregularmente,
salários de aposentados e pensionistas.
A portaria de número 24/2013 foi publicada na edição desta
quinta-feira (5) do Diário Oficial do Estado, mas é datada no dia 2 e
assinada pelo procurador-geral de Justiça, promotor Rinaldo Reis (foto).
As investigações contra Rosalba Ciarlini são referentes a 2011 e
2012, período em que ela já estava no Governo do Estado. A governadora,
de acordo com o MP, não teria efetuado a aplicação do percentual mínimo
de recursos determinado pela Constituição Federal aos estados, que é de
25% da receita resultante de impostos.
O documento teve com base a representação do deputado estadual
Fernando Mineiro, entregue ao Ministério Público do Rio Grande do Norte
(MPRN) em 5 de agosto de 2013. De acordo com a portaria, a denúncia do
deputado era referente ao “descumprimento pela Governadora do Estado,
nos anos de 2011 e 2012, do emprego do percentual mínimo de despesas com
Educação previsto no artigo 212 da Constituição Federal”. Continuado, a
portaria considera ainda “que a referida representação veio instruída
com o Relatório Anual das Contas do Governo do Estado, elaborado pelo
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte do exercício de
2012, sob a relatoria do Conselheiro Renato Dias, e como relatório e
projeto de parecer prévio do mesmo TCE em relação ao ano de 2011,
asseverando que o percentual mínimo de despesas com a educação somente
foi alcançado com a inclusão indevida, nos anos de 2011 e 2012, de
despesas com inativos e pensionistas arrolados em rubrica de Previdência
Básica”.
No documento, o procurador revelou que o MPRN já
tinha conhecimento do caso, inclusive com a ação civil púbica nº
08003726-60.2013 ajuizada pela 78ª Promotoria de Justiça da Educação de
Natal, “em trâmite na 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal, em
desfavor do Estado do Rio Grande do Norte, para cessar o pagamento de
inativos com recursos da Educação, e revelando que igual procedimento
foi adotado pelo Estado do Rio Grande do Norte no ano de 2010 e que os
recursos gastos a título de previdência foram custeados indevidamente
pelo FUNDEB e pela Fonte 100, do orçamento da Educação”. Por fim, a PGJ
determinou a comunicação dos fatos à Secretaria de Estado da Educação e
da Cultura (SEEC/RN), Instituo de Previdência do Estado (IPERN), a
governadora Rosalba Ciarlini e Tribunal de Contas do Estado (TCE). Além
disso, notificar a governadora “no prazo de dez dias úteis, para se
manifestar sobre o teor da representação e a inclusão de despesas de
previdência básica no orçamento da Secretaria da Educação”.
A governadora Rosalba Ciarlini será intimidada para, em 10 dias,
manifestar-se sobre o teor da representação e a inclusão de despesas de
previdência básica no orçamento da Secretaria da Educação.
Nominuto
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