A presidente Dilma
Rousseff sancionou ontem (10) a lei que destina 75% dos royalties do
petróleo para a educação e 25% para a saúde. Pelo texto, a aplicação de 50% dos
recursos do Fundo Social vai para saúde e para educação, até que se cumpra a
meta de ampliação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Pelo
projeto, a expectativa é que, em até 15 anos, os rendimentos obtidos pelo fundo
sejam suficientes para cumprir as metas do Plano Nacional de Educação e da
saúde.
Os ministros da
Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, disseram hoje
como vão usar o dinheiro dos royalties do
petróleo, procedente da lei sancionada hoje pela presidenta Dilma
Rousseff. Padilha disse que a parte destinada à saúde deverá ser
aplicada no Sistema Único de Saúde. Mercadante disse que, além de investir
em melhorias na qualidade e na universalização da educação, o dinheiro deve o
garantir salário dos professores.
Segundo Padilha,
desde o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF),
nenhuma nova fonte de renda foi destinada à saúde. "Não é fácil para um
país como o Brasil oferecer saúde, com qualidade e gratuita com o
SUS, a 100% publico, em um país da nossa dimensão", disse e acrescentou
que há "uma longa caminhada para mudança na saúde pública para
oferecer saúde com qualidade. O dia de hoje é um passo decisivo".
Mercadante destacou
o fato de o governo buscar 100% da destinação dos royalties para
a educação, texto alterado na Câmara dos Deputados e mantido pelo Senado.
"Os royalties são para preparar o Brasil para o
pós-petróleo. Preparar o país para viver sem a riqueza, que é uma riqueza não
renovável. Por isso, precisamos de uma base sólida, e essa base é a
educação", disse. Segundo ele, o desafio não é só o financiamento, mas a
qualidade e a universalização da educação.
Ele destaca a
importância dos professores e o fato de que há municípios que não conseguem
cumprir o piso salarial por falta de receita. "Tem que garantir o salário
e a carreira para os professores. Aumentamos o piso em 64%, mas a receita
não tem acompanhado. Por outro lado, o piso é apenas um pouco superior a dois
salários mínimos". O piso do professor é R$ 1.567.
Os ministros
ressaltaram também a importância da sociedade civil e das manifestações de
junho e julho para a aprovação do projeto pelo Congresso Nacional. A presidenta
da União Nacional dos Estudantes, Vic Barros, disse que a ideia de destinar os
recursos do pré-sal para a educação foi
discutida pelos movimentos sociais desde a descoberta do petróleo.
Após anos de luta pela aprovação, ela acha que "esta é uma das maiores
conquistas da história da educação brasileira".
*Agência Brasil
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