Brasília – A presidenta Dilma Rousseff anunciou hoje (2) os 44 primeiros atletas que receberão a Bolsa Pódio, com valores entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Todos são atletas paralímpicos e receberão em homenagem a seu desempenho no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico de Lyon, na França. Na competição, encerrada domingo (28), os brasileiros ficaram na terceira colocação geral no quadro de medalhas.
“Muito me orgulha começar com os atletas paralímpicos. Serão 160 bolsas, e começamos com os atletas paralímpicos. E elas [bolsas] têm um sentido muito concreto. Com a bolsa, queremos ajudar na profissionalização, no acesso a melhores práticas, [dar] condições adequadas de trabalho e, sobretudo, viabilizar uma vida tranquila para que o atleta não precise se preocupar tanto com as condições de sobrevivência”, disse a presidenta.
Em pé ao lado da delegação brasileira, Dilma deixou de lado discurso preparado para a cerimônia e falou de improviso. Por diversas vezes, ela se afastou do microfone para falar diretamente aos atletas. Dilma parabenizou os atletas pelo desempenho no campeonato mundial e ressaltou que os bons resultados servem de exemplo e orgulho para o país. “Cada brasileiro olha para vocês com carinho, admiração, respeito pelo comprometimento e desempenho. Vocês demonstraram que existem valores que devemos cultuar e cultivar: o empenho, a determinação, o trabalho árduo e a alegria de vencer.”
O Programa Bolsa Pódio faz parte do Plano Brasil Medalhas, que investirá, até 2016, segundo o Ministério do Esporte, mais de R$ 1 bilhão no esporte nacional. A meta é possibilitar que o Brasil fique entre os dez primeiros colocados nos Jogos Olímpicos de 2016 e entre os cinco melhores nos jogos paralímpicos do mesmo ano.
Recordista mundial e ganhador de quatro medalhas no Campeonato Mundial Paralímpico de Lyon, o velocista Alan Fonteles disse que o investimento do governo ajuda no crescimento do esporte paralímpico. Ele ressaltou, no entanto, a necessidade de atenção às categorias de base. “O Plano Brasil Medalhas ajuda os atletas, mas o Brasil também precisa trabalhar bastante na base e nos centros de treinamento, dos quais é um pouco carente, e que são necessários para dar aos atletas melhores condições de competir."
De acordo com Fonteles, é preciso também olhar para a base porque, um dia, ele e outros atletas de ponta vão parar. "Os atletas novos é que vão levar o Brasil para a frente”, disse Fonteles à Agência Brasil.
Segundo Ariosvaldo Fernandes da Silva, ganhador da medalha de bronze no campeonato mundial nos 100 metros em cadeira de rodas, o programa ajudará na preparação para os Jogos Paralímpicos. “É um investimento importante e um fator que vem ajudar na nossa preparação. Não tem como fazer um esporte para paralímpico sem essa ajuda. Temos muitos gastos no dia a dia, com equipamento e com alimentação. Ajuda muito.”
Agência Brasil
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