Prestes a entrar em greve, educadores reivindicam melhorias salariais e de condições de trabalho e Governo aponta ganhos.
O Governo do Estado enviou nota a imprensa contestando as
reivindicações feitas pelos trabalhadores em educação no Rio Grande do
Norte. Os educadores ameaçam entrar em greve na próxima segunda-feira (12).
Leia a nota.
"Sem motivos concretos para
deflagrar uma paralisação da categoria, o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação - SINTE-RN, tenta emplacar uma greve política, buscando
envolver os professores da rede estadual na defesa das cessões
irregulares de servidores para a entidade. Por recomendação do
Ministério Público, a Secretaria de Estado da Educação convocou de volta
para as salas de aula 36 servidores cedidos ao sindicato. Como eles não
se apresentaram, processos por abandono de cargo estão sendo abertos e
suas faltas foram descontadas do salário.
Embora o sindicato acuse o Estado
de perseguição, o fato é que a secretária da Educação, professora
Betania Ramalho, precisava cumprir a recomendação da promotoria, sob
risco de sofrer sanções por improbidade administrativa. Ela reconhece
que o sindicato é indispensável para as conquistas da classe
trabalhadora e que nenhuma democracia se consolida sem uma força como
essa. “A entidade é forte, tem uma arrecadação indiscutível, de R$ 4,5
milhões por ano, somente com a consignação dos servidores da Educação do
Estado, por isso pode se organizar sem as cessões.”
Betania Ramalho ressalta ainda
que sempre manteve o diálogo aberto com a categoria e procurou trabalhar
em conjunto para garantir os avanços na carreira do professor do
Estado. “Quando assumi a gestão em 2011, esperava uma postura diferente
do SINTE, acreditando que poderíamos construir juntos grandes avanços
para a carreira do professor, afinal eu também sou professora e não
concordo com o abismo que existe nesse país da carreira do professor
federal com o da Educação Básica. Infelizmente, a postura do sindicato
sempre foi de confronto, provocações políticas e pouca discussão sobre o
que realmente é importante. Quem mais perde com isso é a categoria.”
Reajuste salarial
“Em
dois anos e meio, o salário do professor cresceu 76,8%. A lei do piso
nacional garantia um aumento apenas para quem estava em sala de aula,
mesmo assim concedemos um reajuste linear para todos os níveis,
incluindo ativos e inativos. Hoje, somente 700 professores do Estado,
que possuem apenas o nível médio, recebem somente o piso. Todos os
outros recebem acima do que pede a legislação nacional. Além disso,
liberamos qüinqüênios e pecuniárias retidas desde 2002, além de outras
vantagens para pessoal”, ressaltou a secretária.
A secretária continuou falando
sobre as conquistas da categoria e citou a burocracia que envolvia a
liberação de aposentadorias. “Tínhamos processos de aposentadorias
parados há mais de 10 anos e agora o prazo médio para liberação é de
três meses. Fizemos um verdadeiro mutirão para resolver essa questão,
liberando cerca de três mil aposentadorias em pouco mais de dois anos.
Outra conquista importante garantida pelo governo Rosalba foi a
liberação das promoções verticais, retidas desde 2006, que permitiu um
benefício a mais aos educadores que buscaram se especializar.”
Terço da hora atividade
Outra
ação importante da atual gestão foi a implantação do terço da hora
atividade para planejamento. “Essa é uma questão que não podíamos deixar
para depois. É preciso ter peito para encarar uma adequação como essa,
que mexe com a carga horária de aproximadamente dez mil professores em
sala de aula. A sociedade não faz ideia da coragem que esse governo teve
para implantar essa medida.”
“O Rio Grande do Norte é um dos
nove estados do país a cumprir na íntegra a lei do piso, que além de
garantir um crescimento salarial, proporciona ao professor a
possibilidade de melhorar os resultados da escola, com mais planejamento
e atendimento aos alunos. Nesse início, teremos alguns problemas com
cargas horárias abertas, mas já estamos solucionando boa parte dos
casos, concedendo horas suplementares e readequando a carga horária de
professores que estavam com a jornada abaixo do número mínimo de horas
estabelecido por lei”, ressaltou a secretária.
3.723 professores convocados
A
atual gestão já convocou, desde 2011, 3.723 professores aprovados no
concurso da Educação, o que significa dizer que o número de 3.500 vagas
abertas previsto no edital já foi ultrapassado. Mesmo assim, para suprir
as necessidades das cargas horárias abertas em algumas escolas, o
governo vai continuar convocando professores e especialistas e a próxima
chamada deve acontecer assim que for concluído o reordenamento da rede,
causado pela implantação do terço da hora atividade.
Gestão informatizada
Outra
ação estruturante e que vai permanecer na secretaria, independentemente
de quem vai estar à sua frente nos próximos anos, é o novo Sistema
Integrado de Gestão da Educação – SIGEduc, que além da matrícula online e
do acompanhamento da vida escolar do aluno, do diário de classe, e de
tantos outros benefícios, está provocando uma mudança decisiva na gestão
de pessoal da Educação.
“Quando chegamos à secretaria,
não tínhamos noção de quantos professores havia na rede, onde estavam,
quem eram os cedidos, se estavam cumprindo o horário correto. Isso era
prejudicial não apenas para a gestão de pessoal, mas para a escola, o
aluno, e principalmente para o professor que realmente se esforça para
fazer a sua parte. Quando há uma desorganização generalizada, um
professor que não cumpre com as suas obrigações é tratado injustamente
da mesma forma que o professor que trabalha. Por isso, fizemos um censo,
levantamos vários relatórios com o SIGeduc e, agora, temos um quadro
completo e em tempo real. Hoje, sabemos, de pronto, como está
distribuída a carga horária de cada professor, por escola.”, destacou
Betania Ramalho.
Infraestrutura
Dentro
da política de reestruturação da Educação Estadual, a secretária
ressalta ainda a compra de equipamentos e a recuperação das escolas.
“Recebemos uma rede com 668 escolas completamente degradadas, algumas
prestes a cair. A maioria com suas redes elétricas e hidráulicas sem as
mínimas condições necessárias para a instalação de computadores,
ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado. Nesses dois anos, cerca de
duzentas escolas foram recuperadas, outras completamente reconstruídas,
e todas as 668 receberam e continuam recebendo recursos diretamente no
caixa da escola para realização de pequenos reparos.”
“Além disso, adquirimos 266 novos
ônibus escolares, dignificando o transporte de alunos das escolas
estaduais em todas as regiões. Em Natal, ficamos auto-suficientes, com
os 25 ônibus adquiridos. Também adquirimos novas carteiras para os
alunos, mesas e cadeiras para os professores, armários, bebedouros,
ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, lousas digitais, e mais de
quatro mil tablets para os professores do Ensino Médio de todo o Estado,
que agora podem elaborar seu diário de classe sem a utilização do
papel”, continuou a secretária.
“Estamos trabalhando com
planejamento e colocando em prática uma verdadeira política estruturante
para a Educação do Estado. São várias as marcas que estamos deixando,
devido a coragem de corrigir a rota e colocar em prática tudo o que as
gestões anteriores e seus 9 secretários em oito anos deixaram de fazer.
Estamos fazendo o que é possível. Se não fazemos mais, não é por falta
de vontade e coragem. E para tudo, temos o apoio irrestrito da
governadora Rosalba Ciarlini, que ainda vai ser lembrada como uma
governante que acreditou e investiu na Educação”, concluiu Betania
Ramalho.
nominuto. com
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