A
briga pela liderança do PSL na Câmara dos Deputados parece estar longe do fim.
Nesta terça-feira, o Diretório Nacional vai eleger os membros do Conselho de
Ética do partido para começar a tramitar o processo interno por infração
disciplinar contra 19 parlamentares bolsonaristas.
Entre os alvos estão o novo
líder do partido da Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), e o líder do governo, Vitor
Hugo (GO). Todos foram convocados para reunião hoje na sede do partido, para se
posicionar sobre as acusações. Ele ainda têm um prazo de cinco dias para
contestação. As penalidades vão de advertência à expulsão.
A
abertura do processo disciplinar contra os parlamentares de oposição do
presidente do partido, Luciano Bivar , foi contra-ataque do grupo bivarista
após uma nova batalha de listas para o cargo de líder. Num intervalo de seis
horas, três documentos foram protocolados na segunda-feira na Mesa Diretora,
alçando à liderança o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), que tratou de destituir
os 12 vice-líderes da sigla, a maioria ligada ao presidente do partido, Luciano
Bivar.
A
primeira lista foi apresentada por Vitor Hugo, do grupo pró-Eduardo, com 29
assinaturas, das quais 28 receberam a autenticação, o que levou o deputado ao
posto de líder do partido. Sem saber que Vitor Hugo protocolava a relação a
favor de Eduardo, o até então líder da bancada, Delegado Waldir , gravou vídeo
abrindo mão da liderança para um terceiro nome, conforme o acordo que vinha
sendo articulado nos bastidores.
Diante
da primeira lista pró-Eduardo, o grupo pró-Waldir apresentou nova relação,
endossada por 28 deputados. Em seguida, os apoiadores de Eduardo protocolaram o
terceiro documento do dia para mantê-lo na liderança. As duas últimas listas
não foram ainda referendadas pela Mesa, e a conferência das assinaturas deve
ocorrer hoje. Para o jurídico da Câmara, a liderança é definida pela relação de
apoios mais recente. Para ser líder do partido, é necessário ter maioria, o
que, no PSL, com bancada de 53 deputados, significa 27 assinaturas.
O
grupo ligado a Bivar atribui a continuidade da disputa à quebra do acordo por
um terceiro nome para líder. Segundo Júnior Bozzella (PSL-SP), o ministro da
Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ligou para Bivar propondo uma
pacificação que não passasse por Eduardo nem Waldir, o que foi frustrado com a
primeira lista em favor do filho do presidente. O ministro confirma que tratou
da liderança com Bivar, mas nega o acordo.
Além
de Eduardo — cujo assessor se recusou a receber a notificação do partido — e
Vitor Hugo, serão alvos de processos no conselho de ética do partido: Alê Silva
(MG), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ),
Chris Tonietto (RJ), Coronel Armando (SC), Daniel Silveira (RJ), Luiz Ovando
(MS), Filipe Barros (PR), General Girão (RN), Guiga Peixoto (SP), Helio Lopes
(RJ), Junio Amaral (MG), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Marcio Labre
(RJ) e Sanderson (RS).
O Globo
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