Os
comandos das polícias militares do Rio Grande do Norte e da Paraíba não sabiam
da operação que visava cumprir um mandado de prisão na cidade de Tacima e que
terminou com a morte do PM Edmo Lima Tavares, de 36 anos, na tarde de
terça-feira (29). Três
policiais militares do RN envolvidos na operação foram afastados nesta
quarta-feira (30).
"Não
tomei conhecimento. Nós geralmente conversamos, informamos o que está havendo,
solicitamos o apoio um do outro e é autorizado. E os comandantes das unidades
de divisa se comunicam e fazem a operação. Não foi feita nenhuma comunicação
minha com o comandante da Paraíba", explicou o comandante geral da Polícia
Militar do Rio Grande do Norte, coronel Alarico Azevedo.
Coronel
Alarico Azevedo reforçou que em toda operação que envolva estados vizinhos, há
um contato previamente feito. "Todo deslocamento de um estado para o
outro, de uma polícia militar para outra, é feito o contato entre os
comandantes gerais, como já fizemos anteriormente em várias outras ocorrências
tanto com a Polícia Militar da Paraíba, como do Ceará. Eu não tive
conhecimento, por isso não mantive contato com o coronel Euller Chaves
(comandante geral da PB) informando dessa operação, pedindo autorização e um
trabalho conjunto", disse.
Logo após o
episódio que terminou com a morte do PM Edmo Tavares, no distrito de
Cachoeirinha, os dois comandantes conversaram. E a PM paraibana também não
tinha ciência da ação. "Ele não tinha conhecimento. Se tivesse tomado
conhecimento, teria tido uma outra repercussão. A Polícia Militar e o setor de
inteligência da Paraíba também entrariam nessa ocorrência para que fosse
cumprido esse mandado de prisão", explicou Alarico.
O fato foi
confirmado pelo comandante geral da Polícia Militar da Paraíba, Euller Chaves,
em entrevista ao RN 1.
"Nós temos o fato de que houve a vinda à Paraíba de integrantes da
inteligência, o que a principio fere um protocolo nacional, porque não
estabeleceram uma comunicação via canal técnico, via inteligência da
Paraíba", disse.
Segundo o
Coronel Alarico Azevedo, havia a necessidade de que ele fosse informado para
que houvesse o contato prévio com o comando da PM da Paraíba. "Era pra ter
sido informado a mim e ter sido feito uma ordem de serviço, o que nós vamos
apurar se foi feito, para que se fosse delineado como seria essa operação, principalmente
porque foi em outro estado. Se é na própria cidade, é uma abordagem
normal. Como foi em outro estado, saindo da jurisdição de competência da
PM do RN, nós teríamos que ter comunicado ao comandante geral da PM da
Paraíba", falou Alarico.
O Comando
Geral da Polícia Militar informou também nesta quarta-feira (30) que, além do
afastamento do três policiais militares envolvidos na operação em Tacima, um
Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar as circunstâncias dos
fatos. Os PMs são lotados no 8° Batalhão de Polícia Militar, em Nova Cruz. O
inquérito da Polícia Militar tem prazo de 40 dias, podendo ser prorrogado por
20 dias.
Investigação
Segundo
informações do delegado seccional de Solânea e responsável pelo caso, Diógenes
Fernandes, Edmo Lima Tavares, de 36 anos, teria confundido policiais que
estavam à paisana com bandidos e atirado contra eles. Ainda de acordo com o
delegado, a vítima vendia cestas básicas durante a folga, no distrito de
Cachoerinha. Os três policiais militares do Rio Grande do Norte estavam à
paisana, enquanto realizavam uma operação.
Quando
desceu do carro em que estava, Edmo viu que os policiais estavam armados e os
confundiu com bandidos. Ele atirou contra os PMs, que revidaram com vários
tiros. O delegado informou também que a Polícia Militar do Rio Grande do Norte
não comunicou a PM da Paraíba sobre a operação.
A assessoria
da Polícia Militar da Paraíba informou ao G1 que Edmo era policial há 10 anos e
trabalhava no batalhão de Picuí.
Segundo a PM
do RN, os policiais militares lotados no 8° Batalhão de Polícia Militar,
sediado em Nova Cruz, foram à comunidade de Cachoeirinha à procura de um homem
que tinha um mandado de prisão em aberto.
G1RN
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