O número de
presos em razão da onda de ataques no Ceará subiu para 383. A atualização foi
divulgada pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do estado nesta quarta-feira (16). Em meio ao cenário tenso de conflitos com as facções, o governador Camilo
Santana esteve em Brasília e se reuniu com o Ministro da Defesa.
As ações de
facções criminosas tiveram início no início do mês e deixaram em alerta todo o
estado. Prédios públicos, viadutos, estradas, ônibus e locais com veículos
foram incendiados ou atingidos de alguma forma pelos grupos.
Segundo a
Secretaria de Segurança Pública, as novas prisões ocorreram na capital,
Fortaleza, na região metropolitana e municípios do interior. Conforme
comunicado divulgado, as forças de segurança do estado e parceiras (como as
enviadas pelo governo federal ou por Executivos de outros estados) seguem fazendo
policiamento ostensivo “em locais estratégicos” e dentro de ônibus (o
transporte coletivo é um dos alvos dos ataques).
Além das detenções (que incluem apreensão de adolescentes), a Polícia Civil comunicou a apreensão hoje de 700 quilos de explosivos em um apartamento em um bairro na capital Fortaleza.
Reunião
O governador
Camilo Santana viajou a Brasília nesta quarta-feira. Ele se encontrou com o
ministro da Defesa, general Fernando de Azevedo, na parte da tarde. “Aproveitei
para apresentar um relatório das ações, dos fatos e das medidas tomadas e
agradecer o apoio que tem sido dado pela inteligência e pelo Ministério da
Defesa”, relatou.
Em conversa com
jornalistas ao fim da reunião, relatou que discutiu com o titular da pasta
formas de flexibilizar empecilhos ao emprego das Forças Armadas em situações
como essa. “Existem algumas questões legais compreendidas que precisam ser
revistas pelo Congresso Nacional e pelo país como um todo que restringem
algumas ações. Mas estamos tentando encontrar caminhos para superar essas
questões, como a participação das Forças Armadas nos estados”, afirmou, sem dar
detalhes.
Medidas
Desde o início
da onda de ataques, o governo do estado vem adotando um conjunto de ações. A
ofensiva teria ocorrido, segundo as autoridades estaduais, como reação à
estratégia anunciada para administração penitenciária do estado pelo secretário
Luís Mauro Albuquerque. A Secretaria de Segurança Pública faz policiamento e
aumentou o efetivo nas ruas. Anteontem, o governo anunciou que convocará
militares da reserva.
No dia 4 de
janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, anunciou o
envio de cerca de 300 homens da Força Nacional e das Forças Armadas após pedido
de apoio do governador Camilo Santana. Esse contingente foi ampliado nos dias
seguintes. Outros estados enviaram oficiais e agentes, como a Bahia.
Denúncias
A Secretaria de
Segurança Pública e Defesa Social do estado disponibilizou o número 181, o
Disque Denúncia do órgão, e um número de WhatsApp (98969-0182) para receber
denúncias de atos criminosos ou atitudes suspeitas.
Agência Brasil