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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Cirurgia de Bolsonaro para retirada de bolsa de colostomia termina 'sem intercorrências', diz boletim médico


A cirurgia a que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi submetido nesta segunda-feira (28) terminou nesta tarde. Em nota enviada nove horas pelo Palácio do Planalto após o início da operação, a cirurgia foi realizada "com êxito". O boletim médico do Hospital Albert Einstein afirmou que a cirurgia teve uma duração total de 7 horas, "sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue". 

Ainda segundo o boletim, foi realizada uma "anastomose do íleo com o cólon transverso", que é a união do intestino delgado com uma parte do intestino grosso. 

Foram retirados de 20 a 30 centímetros do intestino grosso de Bolsonaro na parque ligava o intestino delgado à bolsa de colostomia. 

"No momento, o paciente encontra-se, na Unidade de Terapia Intensiva, clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda", diz o boletim médico. 

Bolsonaro começou a ser submetido ao procedimento médico às 8h30 desta segunda-feira, segundo afirmou o porta-voz da Presidência, Coronel Rêgo Barros, e durou até as 15h30. A cirurgia era necessária para retirar a bolsa de colostomia e religar o trânsito intestinal.
Segundo o porta-voz da Presidência, "o presidente possuía em razão das outras duas cirurgias uma quantidade muito grande de aderências. E essas aderências exigiram do corpo médico uma verdadeira obra de arte em relação à cirurgia". 

O porta-voz explicou que após a cirurgia Bolsonaro segue em jejum, com administração de soro pela veia. A avaliação médica será feita diariamente, sempre pela manhã, para a reintrodução alimentar da forma mais adequada. Nesta terça-feira, o presidente começa o tratamento de fisioterapia com foco respiratório e motor. Vai caminhar dentro do quarto. Diariamente, o cenário será também avaliado para novas definições. 

A recuperação deve demorar dez dias e Bolsonaro deve ficar 48 horas em repouso absoluto a contar do início da cirurgia e a partir da 9h da manhã desta quarta-feira (30) retoma suas atividades despachando de dentro do hospital, segundo Rêgo Barros.
Acompanharam três filhos de Bolsonaro, Carlos, Eduardo e Renan, e a primeira-dama Michelle. 

Nos últimos meses, desde que foi atingido por uma facada durante ato de campanha em setembro do ano passado, Bolsonaro ficou com uma bolsa de colostomia junto ao corpo. Este é um procedimento que encaminha as fezes e os gases do intestino grosso para uma bolsa fora do corpo, na região abdominal.

A cirurgia
A cirurgia foi comandada pelo gastroenterologista Antonio Luiz Macedo. Segundo apurou o Fantástico, dois tipos de procedimentos poderiam ser adotados pelos médicos. 

A primeira possibilidade era unir as duas pontas do intestino grosso que foram separadas para a colocação da bolsa - a fixação pode ser feita com sutura - agulha e linha cirúrgicas - ou com um grampeador cirúrgico. 

A segunda possibilidade, que foi a realizada pelos médicos, era a de cortar uma parte de 20 centímetros do intestino grosso e ligar a outra ponta diretamente ao intestino delgado, que tem mais irrigação sanguínea do que o intestino grosso. Quanto mais sangue circulando, mais fácil e rápida é a cicatrização. Esse segundo procedimento era o mais provável, porque ajuda a prevenir complicações futuras.

Gabinete no hospital
De acordo com o Palácio do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão assumiu a Presidência desde o início da cirurgia e deverá permanecer no cargo por 48 horas. Depois desses primeiros dois dias, Bolsonaro deverá reassumir o cargo e despachar de dentro do hospital. 

Foi montado um escritório no mesmo andar onde Bolsonaro está internado para que ele possa receber ministros.

G1

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