Médicos
pertencentes ao quadro de funcionários do Governo do Estado estão
pedindo demissão. A justificativa seria os baixos salários pagos pela
administração pública e a possibilidade de ganhar até quatro vezes mais
prestando serviços por meio das cooperativas. A informação é do
presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Geraldo Ferreira.
De acordo com
Geraldo, a baixa remuneração e as más condições de trabalho têm levado
os médicos, principalmente aqueles em início de carreira, a deixar o
serviço público. “Há uma fuga de profissionais do Estado devido a
melhores propostas dos setores privados e até mesmo de outros estados
que já implantaram o piso nacional da categoria”, informou o médico.
Nesta sexta-feira
(28), o Sinmed realiza um protesto contra o Governo no cruzamento da
Avenida Rio Branco com Rua João Pessoa, no centro de Natal, a partir das
8h30. Entre os pontos citados acima, a categoria, oficialmente em greve
há oito meses, pede o fim das terceirizações no atendimento médico
tanto no Estado quanto nos Municípios.
“A terceirização é
ruim. Ela enfraquece a luta dos profissionais por uma melhor remuneração
e por uma carreira no serviço público. Quando o médico que atende à
população vem de uma cooperativa, não se sabe qual é a formação dele, se
ele é qualificado ou não para atender a demanda da população”, relata
Geraldo.
O presidente do
Sinmed informou ainda que o sindicato tem ações na Justiça contra a
terceirização do atendimento médico. “A população precisa entender que é
o dinheiro dela que está indo pelo ralo. Veja o exemplo da UPA de
Pajuçara, que, ao ser administrada por um interventor, passou a
economizar R$ 1,1 milhão por mês”, exemplificou.
A assessoria da
Secretaria de Saúde Pública do Estado informou que o pedido de demissão
de médicos é normal, como o de qualquer outra profissão. Ainda segundo a
Sesap, a taxa de pedidos de demissão dessa categoria está dentro do
aceitável.
>> Jornal De Fato
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