O
vice-presidente Michel Temer (PMDB) ampliou a distribuição dos
ministérios entre os principais partidos que devem dar sustentabilidade
ao possível novo governo no Congresso. Temer concentrou as investidas
nas quatro maiores bancadas com que pretende trabalhar na Casa: PMDB,
PSDB, PP e PR.
Somadas,
essas bancadas têm 206 votos e, para o vice, devem ser o eixo de
sustentação de seu governo, ainda mais após o afastamento do presidente
da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o qual Temer contava para aprovar
as medidas econômicas que pretende enviar ao Legislativo.
O
primeiro passo dado pelo vice foi a confirmação do deputado Mauricio
Quintella Lessa (PR-AL) no comando do Ministério dos Transportes, que
tem sob o guarda-chuva empresas públicas e autarquias do porte do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Valec
Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.
Os
acertos foram feitos em encontros realizados entre Temer e o deputado
no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência. O vice
questionou a possibilidade de não fundir a pasta com a Aviação Civil.
Mas o deputado disse que via dificuldades em abrir mão, uma vez que a
pasta, que deve virar secretaria, vinha sendo negociada desde o início
das conversas com o partido.
O
pedido de Temer à Quintella Lessa foi feito em meio à pressão do PMDB
da Câmara que também reivindica o comando da Aviação Civil. A bancada
peemedebista conseguiu, contudo, emplacar o nome do atual líder,
deputado Leonardo Picciani (RJ), para o Ministério do Esporte. A pasta é
considerada estratégica para o PMDB fluminense em razão da Olimpíada do
Rio, neste ano.
A
negociação foi feita entre o vice e o deputado estadual Jorge Picciani,
presidente da Assembleia Legislativa do Estado e pai de Leonardo.
A
ideia inicial era indicar o deputado federal licenciado Marco Antônio
Cabral para o cargo. Filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o nome
de Marco Antônio enfrentou resistência entre membros da bancada do PMDB
na Câmara, por ele ser “muito novo”. Atualmente, Marco Antônio ocupa o
cargo de Secretário do Esporte no governo do Estado do Rio.
O
PMDB da Câmara dos Deputados deve assegurar ainda a indicação do
deputado Osmar Terra (RS) para o Ministério de Desenvolvimento Social.
A
ida de Leonardo Picciani para os Esportes, por outro lado, deve ser
foco de novos problemas para Temer. Parte da bancada defende uma nova
eleição interna para definir o novo líder em vez de manter no posto o
primeiro-vice-líder, Leonardo Quintão (MG).
Estadão