Segundo o estudo, as mulheres potiguares apresentam o dobro da circunferência da cintura dos homens com 23,6% contra 56,6%. Os índices ideais são de 102 centímetros abaixo para os homens e de igual ou menor a 88 centímetros para as mulheres. Com isto 25,1% da população feminina do Estado é considerada obesa, contra 16,6% dos homens.
Na lista de vilões deste grave problema estão o excesso de consumo de açúcar e gordura e as principais vítimas são as crianças, também incluídas no estudo. O Ministério da Saúde aponta que 60,8% das crianças com menos de dois anos, neste caso em todo o país, consomem biscoitos, bolachas e bolos, além de refrigerantes e sucos artificiais.
A Pesquisa Nacional de Saúde foi realizada entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014 em 64 mil residências de 1.600 cidades brasileiras e é, no momento, considerado o mais completo estudo sobre saúde no país.
Em recente entrevista, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, comentou o problema da obesidade no Brasil: "O excesso de peso é um problema grave, porque é um fator de risco para doenças do coração e outros problemas crônicos. É fundamental trabalharmos o incentivo à prática de exercícios e alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças para reverter esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização e mudança de hábito dos pais".
Números são considerados razoáveis em Mossoró, mas ainda podem diminuir
Em Mossoró, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional está passando por um processo de atualização, mas a supervisora da Política de Alimentação e Nutrição, Ivana Moraes, apresentou os números mais atuais sobre a obesidade em Mossoró e considera que os números são aceitáveis, mas que podem diminuir.
Segundo Ivana, no último levantamento realizado, Mossoró contava com 7% considerada de baixo peso; 35% consideradas adequadas e 35% com sobrepeso. Somente 23% da população avaliada foi considerada obesa na cidade.
"São números considerados razoáveis, mas não são os números ideais. Precisamos melhorar e para isto temos contado com o apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, que tem orientado casos mais extremos", informa a supervisora, que também deu dicas de como ter um melhor controle dos índices de obesidade: "É preciso diminuir o consumo de alimentos industrializados. Trocar pelas frutas frescas, valorizar a nossa alimentação tradicional."
Ivana sugeriu ainda que a população deve procurar preparar seus próprios alimentos, diminuindo o uso de óleos, gordura, sal e açúcar e também optar pelo uso de temperos naturais.
O Mossoroense