Projeto
aprovado também muda regras para a investigação criminal e estabelece
que cargo só pode ser ocupado por bacharel em direito.
Brasília -
O Senado aprovou nessa terça-feira projeto de lei que altera as regras
para a investigação criminal e concede mais autonomia aos delegados de
polícia. De acordo com o texto, os delegados só poderão ser afastados de
uma investigação – por um superior hierárquico - se houver motivo de
interesse público ou descumprimento de procedimentos previstos em
regulamento e que possam prejudicar os resultados da investigação. Para
que o afastamento ocorra é preciso fundamentação por escrito dos
motivos.
A proposta estabelece ainda que o cargo de delegado de polícia é
exclusivo de bacharel em direito e que a categoria tem direito ao mesmo
tratamento dado a magistrados, integrantes da Defensoria Pública e do
Ministério Público.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) apresentou quatro requerimentos de
destaques para tentar alterar o texto, mas foram rejeitados. Para o
parlamentar, o projeto apresenta pontos inconstitucionais, como o que
concede aos delegados independência para decidir se acatam solicitações
do Ministério Público durante o período de investigação.
“Precisamos ficar atentos, precisamos emprestar respeito,
sim, à autoridade policial, mas não podemos, com essa desculpa, cair em
equívocos de constitucionalidade”, disse. Assim como Taques, o senador
Pedro Simon (PMDB-RS) também manifestou preocupação com a matéria. Ele
teme que ela crie conflitos entre delegados e procuradores e torne a
investigação mais vulnerável às pressões políticas.
Os argumentos contrários ao projeto foram refutados pela maioria dos
senadores presentes, que votaram favoravelmente ao projeto. O senador
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ressaltou que a proposta aumenta a
independência dos delegados em relação, inclusive, à forças políticas.
“Não acredito que exista mais no Brasil de hoje isso de governador
manipular delegado. Mas se existe, este projeto vem para acabar com
isso. Porque aumenta a independência dos delegados”, declarou Cunha
Lima.
Como o projeto foi aprovado sem alterações em relação ao texto enviado
pela Câmara dos Deputados, a matéria segue para sanção da presidenta
Dilma Rousseff.
FONTE: UAI
Via Umarizal news