A assessoria da ministra Luislinda Valois informou nesta quinta-feira (2) que ela desistiu de reivindicar do governo o acúmulo do salário integral da atual função com a aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia.
O acúmulo somaria R$ 61 mil, valor que supera o teto do funcionalismo,
de R$ 33,7 mil. Entre as justificativas que apresentou no pedido, disse
que trabalhar sem receber contrapartida "se assemelha a trabalho
escravo".
"Considerando o documento sobre a situação remuneratória da ministra
Luislinda Valois, o Ministério informa que já foi formulado um
requerimento de desistência e arquivamento da solicitação", informou
nota divulgada pela assessoria do Ministério dos Direitos Humanos.
Atualmente, Valois recebe por mês R$ 30,4 mil pela aposentadoria de
desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. Como ministra, ela
recebe somente R$ 3,3 mil e tem descontados R$ 27,6 mil, o chamado
"abate teto".
Trechos do documento de 207 páginas enviado por Valois à Casa Civil
reividicando o acúmulo das duas remunerações foram publicados nesta
quinta pelo jornal "O Estado de S.Paulo".
A Casa Civil deu um parecer negando o pedido da ministra, e enviou o
caso ao Ministério do Planejamento, que ainda não deu um parecer final.
Mais cedo, à TV Globo, por telefone, Valois disse que está prestando
serviço ao Estado brasileiro e que considerava justo receber por isso.
Disse que apenas por analogia citou o trabalho escravo.