O senador Romário (PSB-RJ) renunciou nesta quarta-feira (1º) à vaga que
ocupava na comissão especial do impeachment do Senado. A solicitação de
renúncia foi lida em plenário pelo presidente da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL). No pedido, Romário não apresentou os motivos da renúncia.
Para
o lugar de Romário, o bloco Socialismo e Democracia indicou a senadora
Lúcia Vânia (PSB-GO), que votou pela abertura do processo de impeachment
de Dilma Rousseff pelo Senado. O parlamentar, que havia dado voto
favorável à abertura do processo no Senado, é um dos que anunciaram que
deverá rever o voto e se posicionar contra o processo na próxima
votação.
Em uma rede social, Romário disse que vai continuar
acompanhando os trabalhos da comissão, mas como não-membro do colegiado.
Ele destacou, ainda, ainda que é presidente da Comissão de Educação e
da CPI do Futebol, além de atuar em “importantes causas sociais que não
podem ser deixadas de lado”.
A comissão especial do impeachment
está na fase de “pronúncia”, na qual os senadores devem decidir se a
denúncia contra a petista é procedente ou não e se vai à julgamento
final pelo Senado.
Insatisfação com governo Temer
Na
postagem no Facebook, Romário demonstra insatisfação com os primeiros
dia do governo do presidente em exercício Michel Temer, que assumiu a
função da qual Dilma foi afastada. O parlamentar diz que os primeiros
atos de Temer “não foram como deveriam ser” e lembra que o peemedebista
escolheu investigados pela Justiça para ocupar chefias de ministérios.
“Os
primeiros dias do governo interino não foram como deveriam ser. No
lugar de ministros ‘notáveis’, conforme Temer prometeu, tivemos
ministros investigados. Vimos ministérios estratégicos para o país serem
fundidos e perderem relevância, como o fundamental Ministério da
Ciência e Tecnologia e Inovação. Assim como a extinção do Ministério das
Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. [...] Houve ainda
a extinção Controladoria-Geral da União que, de certa medida, prejudica
o combate à corrupção”, opina Romário.
Romário diz ainda que o
governo Temer “não tem o direito de cometer os mesmos erros da
presidente Dilma”. O senador finaliza afirmando que a decisão dele de
deixar a comissão do impeachment não significa “mudança de voto” pelo
fato de o voto pela “abertura do impeachment” ser diferente do voto pelo
afastamento definitivo de Dilma Rousseff.
“Não há que se falar
em mudança de voto porque são dois votos distintos. No primeiro, votei
pela continuidade da investigação. O segundo e definitivo voto será para
julgar o crime de responsabilidade, que eu farei, como sempre, guiado
pela minha consciência e buscando o melhor para o Brasil”, conclui
Romário.
Fonte: G1
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