O novo líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), responde a uma
série de inquéritos na Justiça e é réu em três ações penais no Supremo
Tribunal Federal (STF), além de ter sido condenado, em segunda
instância, por improbidade administrativa. O motivo: uso de recursos do
município de Pirambu, onde já foi prefeito e fez seu sucessor, para
pagar despesas pessoais com comida e bebida alcoólica. Aliado muito
próximo do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, Moura também
tornou-se alvo da Operação Lava-Jato. No STF, ainda responde a ações
penais que apuram desvios na cidade sergipana e até a uma acusação,
feita por um adversário político, de ter participado de tentativa de
homicídio.
Na Lava-Jato, Moura é investigado em inquérito para
apurar se Cunha contou com a ajuda de outros deputados para alterar
medidas provisórias de interesse de empreiteiras ou para pressionar
empresários por meio de requerimentos na Câmara. Moura nega a acusação e
diz que seu nome foi incluído no inquérito porque foi agressivo durante
depoimento de integrantes do grupo Schain na CPI da Petrobras. O grupo,
que também é investigado, agora colabora com a Justiça.
Em 2 de
maio deste ano, Moura teve uma condenação por improbidade administrativa
confirmada em segunda instância, no Tribunal de Justiça de Sergipe. Ele
teria usado R$ 105,5 mil da prefeitura de Pirambu para pagar despesas
suas e da família, com itens como bebida alcoólica e churrasco. Ele teve
os direitos políticos suspensos por oito anos, o que só ocorrerá após o
trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais a possibilidade de
recurso.
Em junho do ano passado, a Segunda Turma do STF aceitou
três denúncias contra Moura por irregularidades na gestão do
ex-prefeito Juarez Batista dos Santos (2005-2007), seu então aliado e
sucessor. O deputado foi acusado de ter comida, contas de telefone e
transporte, entre outras coisas, custeados pela prefeitura.
Posteriormente, Moura e Juarez se desentenderam. Isso levou Moura a ser
investigado por tentativa de homicídio em inquérito aberto no STF.
Juarez relatou que passou a sofrer ameaças. Em 23 de junho de 2007, o
vigia de sua residência foi atingido por um tiro de raspão durante uma
tentativa de assalto. Juarez afirmou suspeitar de Moura. Segundo o
deputado, por falta de provas já foi pedido o arquivamento do caso.
Agência O Globo
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