A crise
econômica e os desajustes nos Orçamentos fizeram os Estados arrecadarem no ano
passado quase R$ 30 bilhões a menos do que o esperado e avançar sobre limites
de gastos impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pelo país,
as perspectivas para o ano são de mais atrasos em pagamentos e nos salários de
servidores.
Levantamento
feito pela Folha mostra que a maioria dos governos obteve menos receitas
com tributos e com transferências federais do que o previsto um ano atrás.
Os problemas
financeiros também levaram a maioria dos governadores a piorar o
comprometimento das finanças com pessoal em 2015. Vinte deles ultrapassaram
limites estabelecidos pela norma ao longo do ano. O nível de endividamento dos
governos teve elevação generalizada.
A virada do ano escancarou os
problemas de caixa que vinham se agravando ao longo de 2015. Em dezembro, o governo do
Rio, administrado por Luiz Fernando Pezão (PMDB), atrasou pagamentos
no setor de saúde, o que fez funcionários fecharem emergências de hospitais,
gerando caos no atendimento.
Outros
Estados, como Sergipe e Tocantins, retardaram o pagamento do décimo terceiro.
No Rio Grande do Sul, o atraso no pagamento mensal da dívida com a União virou
rotina. Há o risco de o
mesmo ocorrer em Minas.
Em São
Paulo, o grau de endividamento pulou de 148% de sua receita corrente líquida em
2014 para 168%.
Em relação a
2014, apenas três Estados conseguiram ampliar a arrecadação de tributos, em
valores corrigidos pela inflação. Um deles foi o Paraná, primeiro a articular
um pacote de aumentos de impostos neste mandato.
Os demais
são o Pará e o Maranhão. Este último diz ter revisto benefícios fiscais
concedidos em mandatos anteriores. A Paraíba não disponibilizou os dados.
O maior
desfalque ocorreu no Rio, que esperava arrecadar com impostos e taxas R$ 43,4
bi, mas, com as dificuldades do setor do petróleo, só conseguiu R$ 29,1 bi.
Os quase R$
30 bi a menos arrecadados representam uma queda de 7% em relação ao esperado.
Nem o tarifaço, que elevou há um ano os preços da energia elétrica e dos
combustíveis, evitou a queda.
Folha de São
Paulo