O funcionário público Luan Oliveira Rodrigues, de 29 anos, morreu após passar mal durante o Teste de Aptidão Física (TAF) do concurso da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, na última quarta-feira (1º), em Natal. Natural de Sergipe, o candidato recebeu atendimento médico no local, chegou a ser socorrido à UPA da Cidade da Esperança, mas não resistiu. Familiares viajaram de Aracaju à capital potiguar para liberar o corpo.
Lucas Oliveira disse em entrevista à Inter TV Cabugi que a família está muito abalada e contou que o irmão Luan tinha o sonho de ser policial.
"Eu convivia muito com ele. Andava muito com ele, tudo era com ele. Ele era a base da família. Este desejo dele (ser policial) vinha de muito tempo. Foi aprovado em outros lugares como polícia, não conseguiu lá em Sergipe. Veio (a Natal) com esse intuito de finalizar o sonho dele. Teve essa fatalidade, e não tem nem o que falar mais. A família está...", se emociona.
Danilo Pinheiro, primo de Luan, disse que ele estava bem preparado para a prova. O candidato sofreu um mal súbito durante a corrida de 2.100 metros, que deve ser completada em até 12 minutos, realizada na pista de atletismo do Caic de Lagoa Nova. No TAF, ele já havia superado outros três testes: elevação na barra fixa, abdominais e salto horizontal.
"Ele já tinha passado em outros concursos no Paraná e na Bahia. Estava preparado fisicamente, e, infelizmente, aconteceu essa situação. Foi apresentada toda documentação, os testes médicos dele foram apresentados. Não tinha nenhum histórico que justificasse o que aconteceu", comentou Danilo.
Sobre o atendimento médico, Danilo lamentou que o primo não teve acesso a uma UTI. "Só ficamos um pouquinho chateados com a negligência por parte do hospital. O paciente deu entrada às 17h e veio a óbito de 23h. Eles entraram em contato com a família, disseram que ele precisava de uma UTI, e, infelizmente, não levaram ele para essa UTI. Disseram que tinha que ter autorização ou alguém da família para poder liberar. Achei isso um absurdo. Infelizmente, perdi o meu primo", concluiu.
O concurso é organizado pela Fundação Getúlio Vargas. Em nota conjunta, a Fundação Getulio Vargas e a Polícia Civil do RN lamentaram a morte de Luan.
"O candidato foi imediatamente socorrido por equipe médica que assiste as provas. (...) Nem o aparato existente, integrado por UTI móvel, socorrista, médico e enfermeira, mantido pelos organizadores do processo seletivo, e o pronto atendimento puderam impedir a ocorrência dessa fatalidade. A FGV e a PCRN lamentam imensamente e informam que toda a assistência está sendo prestada aos familiares", diz a nota.
O concurso
O edital do concurso público da Polícia Civil do RN foi publicado em novembro de 2020. São oferecidas 301 vagas, todas de nível superior: 47 vagas para delegado, 230 para agente de polícia e 24 para escrivão. Os salários são R$ 16.670,59 para delegados e R$ 4.731,90 para agente e escrivão.
As provas escritas chegaram a ser adiadas por causa da pandemia e foram realizadas em julho deste ano. Durante as provas, um candidato foi preso por suspeita de fraude.
g1 RN
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