Autoridades da
Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de 5,6 milhões
de reais) os 39 kg de cocaína encontrados com o segundo-sargento da Força Aérea
Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, segundo o jornal espanhol El País. O
militar foi detido na terça-feira, 25, no aeroporto de Sevilha durante escala
para o voo que seguia para o Japão, em comitiva de apoio à viagem do presidente
Jair Bolsonaro à cúpula do G-20.
Segundo a
publicação, a Guarda Civil, que ainda não detectou a pureza da droga, investiga
qual era o destino dos entorpecentes e por qual razão o militar estava
carregando os 37 pacotes dentro de uma mala de mão. As autoridades não
descartam que a cocaína ficaria na Espanha e avaliam que Silva poderia ser uma
“simples mula de uma organização de traficantes”. Após ser detido, o sargento
teve a prisão provisória decretada por um tribunal de Sevilha, sem
possibilidade de fiança, acusado de crime contra a saúde pública – que é como o
Código Penal do país descreve esse tipo de delito.
A FAB comunicou
ontem, em entrevista coletiva, que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi
instaurado para esclarecer o fato e que as investigações seguirão em sigilo. A
detenção do militar que fazia parte da comitiva de apoio à viagem do presidente
Jair Bolsonaro teve grande repercussão na imprensa internacional às vésperas de
sua estreia no G-20, encontro que reúne as vinte maiores economias do mundo e
que este ano acontece em Osaka, no Japão.
O aeronave da
FAB em que estava o sargento é usada como reserva do avião presidencial e,
portanto, a comitiva da qual Silva fazia parte não estava no mesmo avião que
transportou Bolsonaro de Brasília para o país asiático na noite de terça-feira.
Em seu Twitter, Bolsonaro classificou o episódio como “inaceitável”.
“Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente
encontrado no avião da FAB”, afirmou o presidente. O ministro do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, classificou o
fato da detenção ter ocorrido antes do encontro do G-20 como uma “falta de
sorte”, mas que não atrapalha a imagem do País no exterior. Heleno está em
Osaka acompanhando o presidente, que nesta sexta-feira, 28, encontrou-se com o
presidente da França, Emmanuel Macron, e com o mandatário norte-americano
Donald Trump.
Estadão Conteúdo
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