segunda-feira, 10 de junho de 2019

Bolsonaro terá de nos aturar por dois anos e vice-versa, dizem Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), receberam a Folha na quinta-feira (6) para uma entrevista inédita.
Ela seria feita ao mesmo tempo, e os dois responderiam às mesmas perguntas.

Na conversa, eles se posicionaram contra o decreto que flexibiliza o porte de armas, criticaram propostas do presidente para alterar as leis de trânsito, se disseram contrários à política ambiental do governo e disseram que o projeto anticrime do ministro Sergio Moro, da Justiça, não é prioridade nem para Bolsonaro.

Ironizaram ainda os vídeos divulgados pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em que ele aparece bailando ou tocando gaita.

“Se tiver um musical, ele vai ser o principal ator, não vai?”, disse Maia, arrancando risos de Alcolumbre.

Afirmando desconhecer qualquer pauta importante do governo para superar a crise econômica além da reforma da Previdência —que apoiam com entusiasmo —, os dois estão elaborando uma agenda para tocar no Parlamento.

Ambos avaliam que o governo de Jair Bolsonaro, mesmo sem base parlamentar sólida, não cai. Mas terá problemas para aprovar a agenda que propõe ao país.

“Uma coisa é o Parlamento garantir as condições mínimas de governabilidade”, diz Maia, citando, entre outras coisas, a aprovação da reforma da Previdência. “A partir daí, qual vai ser o embate?”​

Alcolumbre afirma que, apesar das divergências, Bolsonaro “vai ter que me aturar dois anos na presidência do Senado”. “Eu vou ter que aturar ele dois anos. Ele vai ter que aturar o Rodrigo e o Rodrigo vai ter que aturar ele. Eu quero que a gente consiga conviver pensando no Brasil.”

Os dois fizeram questão de mostrar que estão alinhados. Maia recebeu a reportagem na residência oficial, em Brasília. Caminhou pelo jardim até a casa do vizinho Davi, passando por uma porta que eles mandaram abrir e que liga as duas residências.

“É a porta da harmonia”, disse o presidente do Senado antes de a entrevista começar.


FOLHAPRESS

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