Em entrevista coletiva após participar de uma sessão de debates da 26ª
Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, na Guatemala, Temer
disse que o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, está tomando providências para
abrir vagas para médicos brasileiros.
“Estamos
preparados para, imediatamente, colocar… [substitutos] e não só fazer
concursos. Já falei com o ministro Gilberto Occhi com vistas à contratação de
médicos para suprir a eventual falta dos médicos, falta dos médicos cubanos”,
afirmou.
Nesta
sexta-feira (16), o Ministério da Saúde informou que publicará, ainda neste
mês, um edital para contratar profissionais brasileiros para preencher 8.332
vagas deixadas pelos cubanos. A expectativa do ministério é que os médicos
brasileiros selecionados na nova etapa comecem a trabalhar nos municípios
imediatamente após a seleção, o que deve ocorrer ainda neste ano.
O governo de Cuba anunciou, na última quarta-feira (14), a retirada de
seus profissionais do programa, por não aceitar as novas exigências impostas
aos médicos do país. Criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, o programa tem
o objetivo de levar assistência médica às periferias e às mais distantes
regiões brasileiras.
Aumento para o STF
Temer falou também sobre o aumento para os ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) aprovado pelo Congresso Nacional e que aguarda sanção
presidencial. Perguntado se já teria tomado posição sobre o aumento, o
presidente disse que está analisando a questão e que mandou fazer um estudo
econômico sobre o impacto do reajuste nos cofres públicos.
“Estou
examinando, é claro, e sempre vem uma coisa, que não pode haver, digamos, um
agravo econômico, ou seja, uma perda econômica, não só para a União Federal,
como para os estados federados. Portanto, estou mandando primeiro fazer uma
avaliação de natureza econômica – tenho mais tempo para sancionar ou vetar,
para decidir mais para adiante”, acrescentou.
Ao ser
perguntado sobre a indicação do diplomata Ernesto Araújo para o cargo de
ministro das Relações Exteriores, no governo do presidente eleito Jair
Bolsonaro, Temer respondeu que não tinha muitas informações a respeito, mas
elogiou a escolha, dizendo que tinha ouvido falar muito bem do escolhido.
“O presidente
eleito está se esmerando em receber, em escolher nomes da melhor qualidade, da
melhor suposição. Essa questão – se vai haver mudança ou não – eu confesso que
não estou acompanhando. E, mais uma vez, digo: ‘é uma decisão do presidente
eleito’”, ressaltou.
Um pouco antes,
Temer participou da primeira sessão de chefes de Estado e de Governo da 26ª
Cúpula Ibero-Americana. Em seu discurso, o presidente disse que está
trabalhando para que o processo de transição com a equipe de Jair Bolsonaro,
para que o novo governo “siga trabalhando de maneira responsável”.
“O Brasil teve
[recentemente] suas eleições superiores, onde vimos a eleição de um novo
governo e sobretudo do novo presidente da República”, lembrou Temer. “Estamos
passando agora por uma transição para que o novo governo possa conhecer de
maneira muito branda e tranquila o que temos realizado, para que siga assim
trabalhando de maneira responsável.”
Agência Brasil