Após uma
nova avaliação clínica nesta quinta-feira, o médico responsável pelos cuidados
do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro , voltou a afirmar que
a participação em debates de TV e em agendas públicas depende do próprio
presidenciável. O deputado se recupera de um ataque a faca durante ato em
Minas Gerais, em 6 de setembro, mas tem retomado compromissos de campanha em
público.
Um nota
oficial, divulgada nesta quinta-feira após a visita de cerca de duas horas,
informou que Bolsonaro foi submetido a uma avaliação médica multiprofissional,
de exames de imagem e laboratoriais, que se mostraram estáveis. "Apresenta
boa evolução clínica e a avaliação nutricional evidenciou melhora da composição
corpórea, mas ainda exigindo suporte nutricional e fisioterapia", registra
o comunicado. A nota foi complementada quarenta minutos depois informando que a
colostomia ainda "permanece como fator limitante relativo".
Nesta
quarta-feira, Bolsonaro saiu de casa e se encontrou com o cardeal arcebispo do
Rio, Dom Orani Tempesta, na Arquidiocese do Rio. Em seguida, visitou a sede da
Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio. Lá, cumprimentou apoiadores, manteve
o suspense sobre a participação nos debates e destacou que está "com a mão na faixa"
da Presidência.
Na
ocasião, Bolsonaro admitiu que não ir aos debates é estratégia de campanha já
usada por candidatos em outras eleições, citando o ex-presidente Luiz Inácio
Lula de Silva. "Agora vou debater com um cara que é um poste e um pau mandado
do Lula? Tenha santa paciência", disse. "Política é estratégia,
lógico."
Bolsonaro
foi alvo de um ataque a faca, no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, cometido por Adélio Bispo de Oliveira, foi autuado em
flagrante pela Polícia Federal com base na Lei de Segurança Nacional.
O candidato do PSL recebeu alta do hospital Albert Einstein em 29 de setembro
depois de passar 23 dias hospitalizado.
No dia 25
de setembro, o cirurgião já havia falado ao GLOBO que Bolsonaro estava em
"ótimas condições" e poderia ir aos debates se quisesse. No dia 1° de
agosto, também em conversa com a reportagem, voltou a dizer que não via
problema na participação se o candidato mantivesse um bom estado de saúde.
Adversário
de Bolsonaro no segundo turno, Fernando Haddad (PT) tem explorado na propaganda
eleitoral e, durante entrevistas, que o seu rival tem receio de debater por não
ter propostas para o país.
Há ainda
dois debates agendados entre presidenciáveis na televisão, o da Record, neste
domingo, dia 21, às 22h; e o da TV GLOBO, no próximo dia 26 de outubro, às
21h30min.
O Globo