O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse hoje (29) que o governo federal não tem plano B sobre a reforma da Previdência. Ele afirmou que o governo está confiante de que até fevereiro alcançará o mínimo de 308 votos necessários entre os 513 deputados para aprovar no Congresso Nacional a emenda constitucional que altera as regras de acesso à aposentadoria.
“Não
existe B. Nosso plano é o plano “A”, de aprovação da reforma ainda em
fevereiro. (….) A estratégia do governo é que no dia da votação teremos os
votos necessários para aprovação. Não trabalhamos com essa hipótese [de não ter
os votos], enfatizou Marun.
Depois de
se reunir nesta segunda-feira com representantes de várias federações da
indústria, instituições financeiras, de saúde, entre outros, Marun relatou que
o setor empresarial reforçou o apoio à “modernização da Previdência”. O
encontro, segundo o ministro, é uma das ações preparatórias para a chegada dos
parlamentares ao longo da semana para iniciar a discussão da proposta em
plenário no próximo dia 5 de fevereiro.
Questionado
sobre o que dá tanta segurança ao governo, Marun respondeu que a confiança vem
das articulações políticas e da mudança de percepção da sociedade sobre a
reforma. Para o ministro, as críticas à proposta estão localizadas principalmente
em editorias de política dos jornais e em grupos que são privilegiados no
sistema previdenciário atual. Ele destacou que o setor econômico já manifestou
a importância das mudanças empreendidas pelo governo.
Marun
afirmou ainda que a base aliada do governo na Câmara “voltou ao patamar de
votos” de maio do ano passado, antes da chegada das duas denúncias de corrupção
passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa contra o presidente
Michel Temer no Congresso Nacional. O governo trabalha com uma margem de apoio
de cerca de 270 parlamentares e tenta convencer pelo menos 50 deputados.
“O que
temos hoje de diferente? Primeiro, uma proximidade maior das eleições, que a
princípio poderia atrapalhar, mas temos um fator positivo que é o fato de que a
população, muito mais do que naquele momento, se predispõe a apoiar a reforma.
Eu diria que, desde maio, não vivemos um momento tão positivo como hoje estamos
vivendo para aprovação dessa reforma”, disse.
Marun
considerou que o presidente Michel Temer se saiu muito bem na defesa da reforma
durante as recentes entrevistas concedidas para emissoras de televisão e rádio.
O ministro sinalizou que iniciativas desta natureza poderão prosseguir ao longo
dos próximos dias como forma de buscar apoio popular para a reforma.
A leitura
do relatório da reforma no plenário da Câmara e o início das discussões em
torno da proposta estão previstas para semana que vem. A votação da reforma
está marcada para depois do Carnaval, no dia 19 de fevereiro.
Agência Brasil