O julgamento da
apelação criminal do ex-presidente Lula – condenado
pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e seis meses
de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro – e mais seis réus terá início às 8h30 da quarta-feira, 24, na sala de
sessão da 8.ª Turma, na sede do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4),
em Porto Alegre. O processo será o único julgado nesta sessão, a primeira da
8.ª Turma em 2018.
As informações foram divulgadas pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª
Região.
Caso confirmada
a condenação de Lula, a determinação de execução provisória da pena pelo
TRF4 só ocorrerá após o julgamento de todos os recursos do segundo grau.
Os recursos possíveis são os embargos de declaração, utilizados pela
parte com pedido de esclarecimento da decisão, e os embargos infringentes. Este
último só pode ser pedido quando a decisão for por maioria e ‘tenha prevalecido
o voto mais gravoso ao réu’.
Por meio deste recurso o réu pode pedir a prevalência do voto mais
favorável.
Os embargos infringentes são julgados pela 4.ª Seção do TRF4, formada
pelas 7.ª e 8.ª Turmas, especializadas em Direito Penal, e presidida pela
vice-presidente da Corte.
O processo envolve o suposto favorecimento da Construtora OAS em
contratos com a Petrobrás.
A força-tarefa da Operação Lava Jato sustenta que a empreiteira pagou
propina de R$ 3,7 milhões ao PT e ao ex-presidente,
por meio do apartamento triplex do Guarujá e do depósito do acervo
presidencial.
As imputações são de corrupções ativa e passiva e de lavagem de
dinheiro.
Esta será a 24.ª apelação julgada pela Corte federal contra sentenças
oriundas da Operação Lava Jato. A condenação de
Lula chegou ao Tribunal em 23 de agosto.
Além de Lula, recorreram da sentença de Moro o ex-presidente da OAS,
José Aldemario Pinheiro Filho – condenado a 10 anos e 8 meses de prisão -, o
ex-diretor da área Internacional da empreiteira, Agenor Franklin Magalhães
Medeiros (6 anos), e o ex-presidente do Instituto Lula Paulo Okamotto,
absolvido em primeira instância, mas que requer troca dos fundamentos da
sentença.
O Ministério Público
Federal recorreu contra a absolvição em primeira
instância de três executivos da OAS: Paulo Roberto Valente Gordilho, Roberto
Moreira Ferreira e Fábio Hori Yonamine.
A sessão começa com a abertura do presidente da 8.ª Turma, desembargador
federal Leandro Paulsen.
Após, o relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, faz a
leitura do relatório do processo. Em seguida, ocorre a manifestação do
Ministério Público Federal que, levando em conta que recorre quanto à situação
de diversos réus, terá o tempo de 30 minutos.
Depois, é a vez dos advogados de defesa, com tempo máximo de 15 minutos
cada réu.
Ao todo será disponibilizada uma hora para o conjunto das sustentações
orais da defesa, de modo que possam reforçar oralmente, nesta sessão, suas
razões e seus pedidos.
A seguir, Gebran lê o seu voto e passa a palavra para o revisor,
desembargador Leandro Paulsen, que dá o voto.
Paulsen é seguido pela leitura de voto do desembargador federal Victor
Luiz dos Santos Laus.
Paulsen, que é o presidente da turma, proclama o resultado.
Pode haver pedido de vista. Neste caso, o processo será decidido em
sessão futura, trazido em mesa pelo magistrado que fez o pedido.
ESTADÂO