Em discurso na Praça da República, no centro de São Paulo, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o condenado nesta
quarta-feira pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) foi “o povo
brasileiro”.
Mantendo o tom de campanha e a aura de candidato, Lula se comparou a
Nelson Mandela para reafirmar seu desejo de retornar ao Palácio do Planalto e a
Tiradentes para argumentar que um dia a história fará justiça a ele.
“O Mandela foi preso e depois virou presidente da África do Sul. Mataram
Tiradentes, esquartejaram seu corpo para que ninguém nunca mais pensasse em
independência. Quando proclamaram a República, usaram ele [sic] como herói
nacional”, disse.
Lula voltou a declarar que não cometeu nenhum crime e que foi condenado
mais uma vez “por uma desgraça de apartamento” que ele não tem. “Pelo menos me
dê a escritura, então”, ironizou, acrescentando que a Justiça não está
acostumada a “julgar um inocente”.
“Eles só querem que eu não seja candidato, mas agora eu quero ser
candidato a presidente do Brasil. Eles podem cassar meu direito de ser
candidato. Eu quero disputar com eles a consciência do povo brasileiro. Se
apresentarem meu crime, desisto da candidatura”, salientou o ex-presidente, confirmando
sua viagem à Etiópia, na próxima sexta-feira (26).
“Eu tenho que avisar a elite brasileira: esperem, porque nós vamos
voltar. Esse país vai provar que o povo pobre nunca foi problema. O povo pobre
é a solução”, ressaltou.
Terra