A febre chikungunya é uma
doença viral muito semelhante à dengue, transmitida por um mosquito comum no
continente africano, e que há pouco tempo apresentou incidência no Brasil. No
país, os mosquitos Aedes aegypti e o Aedes albopictus, transmissores da dengue
e da febre amarela, possuem todas as condições para retransmitir a doença, o
que preocupa especialistas, principalmente durante as férias e no período de
chuvas com aumento dos focos dos insetos.
Para o infectologista Alfredo Passalacqua, existe possibilidade de a doença
chegar a Mossoró durante o período do veraneio. Ele explica que o aumento no
número de turistas e o início das chuvas potencializam o risco. Passalacqua
também comenta que a cidade já possui uma suspeita de caso da febre, ainda não
confirmada.
"Com a chegada do veraneio, muitas pessoas vêm à região e podem estar
contaminadas sem nem saber, a chikunguya está muito próxima de nós, já chegou
ao Brasil e pode aportar em Mossoró, sim. Eu atendi um caso que tende a ser da
febre chikungunya, estamos esperando a confirmação para tomar as medidas
cabíveis", explicou o infectologista.
Passalacqua explica que os
principais sintomas da febre são muito semelhantes aos da dengue comum, e a
principal diferença é que normalmente a doença não chega a níveis letais, mas
pode se tornar crônica, incorrendo graves dores nas articulações por muitos
anos. "A melhor forma de tratar isso é com repouso, hidratação, os
remédios corretos e uma boa fisioterapia motora, não há outra resposta para a doença",
afirma o médico.
O supervisor-geral do combate à dengue em Mossoró, Sandro Elias, comenta que,
durante o mês de dezembro, será realizada uma reunião entre os setores da saúde
da cidade, pensando um plano de contingência e combate ao Aedes aegypti em
2015. Ele explica que com o período das chuvas a incidência de casos aumenta
muito, por isso se faz necessário intensificar o trabalho.
"Estamos realizando o
trabalho preventivo de casa em casa com os agentes de endemias que passam
informações para as pessoas sobre a prevenção contra a dengue e a chikungunya.
Esses agentes realizam o trabalho de verificar se nas casas há focos dos
mosquitos e utilizam o larvicida na água das residências para ajudar a matar
esses focos", explicou o supervisor relembrando que no dia 2 de dezembro
será realizada uma conferência em Mossoró, promovida pela Vigilância à Saúde,
onde o tema será a febre chikungunya e seus riscos.
Pequenos cuidados podem ajudar a prevenir a doença
A
febre chikungunya é muito semelhante à dengue, e a melhor maneira de evitar a
doença é a prevenção. Em ambas as doenças, o mosquito transmissor é o Aedes
aegypti, conhecido por deixar seus ovos em pontos de água parada. De acordo com
especialistas, eliminar os focos da doença é o principal combate.
É fundamental cobrir pneus
velhos, virar garrafas com a boca para baixo e realizar a drenagem do terreno,
caso apresente pontos de alagamento ou formação de poças. Também é importante
lavar as vasilhas de água de bichos de estimação regularmente e manter fechadas
tampas de caixas d'água e cisternas.
Areia nos vasos de planta
também é uma importante maneira de impedir o desenvolvimento do mosquito. A
areia conserva a umidade e, ao mesmo tempo, evita que o prato se torne um
criadouro de mosquitos, uma vez que a água que sai das plantas é uma ótima
"casa" para os ovos do mosquito. Limpeza de calhas e bicas também é
uma boa saída para impedir a doença.
O uso de telas nas portas e
janelas das casas também é uma medida relevante, já que impede a entrada não só
do Aedes aegypti, como de outros mosquitos. Repelentes também podem ser usados
como medida paliativa.
Principais sintomas da Febre Chikungunya
Febre
Dor nas articulações
Dor nas costas
Dor de cabeça.
Erupções cutâneas
Fadiga
Náuseas
Vômitos
Mialgias.
Dor nas articulações
Dor nas costas
Dor de cabeça.
Erupções cutâneas
Fadiga
Náuseas
Vômitos
Mialgias.
O Mossoroense