Julio Ferreira, 68, foi o primeiro pacientes do Brasil a se submeter a uma cirurgia chamada “pleuropneumectomia esquerda”
Sentado em um leito do
Hospital Universitário Onofre Lopes, na capital potiguar, Julio Ferreira, 68,
hoje respira aliviado. O paciente chegou ao hospital em dezembro de 2013,
onde ficou sabendo por meio de exames que em seu pulmão havia um tumor maligno.
Graças a uma cirurgia realizada pela primeira vez no Brasil, chamada
“pleuropneumectomia esquerda” por Singleport – incisão única -, Julio afirmou
que pouco sentiu dor após a cirurgia e já pensa na volta para casa.
Para fazer a cirurgia,
realizada em 11 de novembro de 2014, o paciente precisou se internar com 15
dias de antecedência no HUOL. Quando chegou ao hospital, Julio foi recepcionado
pelo médico-cirurgião que realizou o procedimento, Carlos Alberto Araújo. O
médico, que visualizou na “pleuropneumectomia esquerda” por Singleport o início
de uma cura menos dolorosa para o paciente. “Ela é indicada quando
a doença, no caso a tuberculose e o câncer de pulmão, invadem a pleura além do
pulmão”, informou.
O médico residente Fidel Castro explicou que a cirurgia de Júlio tinha como objetivo retirar parte do pulmão do paciente para que fosse feita uma análise patológica. Com a finalidade de dizer a real extensão da doença. “O real diagnóstico da doença chegará em 15 a 30 dias, a partir disso um tratamento será adotado”, disse.
A era das operações cirúrgicas com membros expostos, em que o paciente tem meses em um leito de hospital para se recuperar está parece estar sendo extinta. “Com o advento das micro câmaras, as cirurgias estão podendo ser feita através da videoassitência, as chamadas cirurgia por vídeo. O cirurgião já não precisa mais colocar a mão dentro do paciente nem olhar diretamente para dentro das cavidades do corpo. Ao invés, uma câmara é inserida e a imagem é transmitida para uma tela. Hoje em HD e de LED.”, pontuou Carlos Alberto.
Historicamente a cirurgia para tratar o diagnóstico de Júlio sempre foi feita através de grandes e, muito, dolorosas incisões. Chamada Toracotomia Postero-Lateral. “Havia secção de toda a musculatura da parede torácica e, o que aumenta muito a dor, afastamento das costelas, que nessa manobra frequentemente se fraturavam”, completou o médico.
Carlos Alberto informou que a opção pela técnica do Singleport foi escolhida porque se consegue fazer o mesmo tratamento que a técnica aberta faz, mas com muito menor agressão cirúrgica. Essa redução do trauma cirúrgico, leva a um grande benefício ao paciente pois ele sente menos dor, tem menos complicações, passa menos tempo internado no hospital e tem um retorno mais rápido as suas atividades depois da cirurgia.
A cirurgia teve duração de 4h e foi realizada pelo Sistema único de Saúde (SUS). O preço, para os planos de saúde, em geral, sai aproximadamente em R$15.000 (material). “Mas como o paciente tem menos complicações, passa menos tempo da UTI e também no hospital, termina fiando mais barata”, concluiu Carlos.
Desde que Julio foi internado, é Elimar Rodrigues Silva, 32, que cuida e observa dia e noite cada passo do irmão. Ele relata que um dia pós o irmão ser operado, ele já interagia com os enfermeiros e colegas de quarto. “Sou primo dele, mas o considero um irmão. Quando descobrimos que ele tinha um tumor, as coisas ficaram complicadas, mas o medo da morte nunca
Desde que os primeiros sintomas da doença apareceram, em 2006, passar um dia sem sentir dores era uma realidade que Julio Ferreira não conseguia cogitar. Sentado na cama do hospital, o paciente que fumou desde os 15 anos e saiu de uma cidade com 19.576 rumo a Natal com a esperança de voltar para Caraúbas, oeste potiguar, se diz confiante. Para uma pessoa que “na vida, já fez de tudo um pouco para sobreviver”. Hoje vive.
O Hospital Universitário Onofre Lopes possui uma Unidade de Cirurgia Torácica Minimamente Invasiva onde trabalham os médicos Carlos Alberto Araújo e Jorge Dantas, e o médico-residente Fidel Castro.
Método
Cirurgia de portal, ou Singleport único é a cirurgia que, literalmente, é realizada através de um único portal - ou incisão - no umbigo do paciente. É uma forma de cirurgia videolaparoscópica minimamente invasiva. Na cirurgia laparoscópica tradicional um instrumental conectado a uma câmera de vídeo, ou laparoscópio, é inserido através de uma pequena incisão no abdômen.
Bate papo - Júlio Ferreira
Paciente que foi submetido a cirurgia pioneira no RN
“Fiquei mais confiante em uma cura”
Quando o senhor descobriu que estava com um tumor maligno, sentiu medo?
Fiquei apreensivo, mas não com medo. Quando cheguei até o médico Carlos Alberto, fiquei mais confiante em uma cura.
O que o senhor achou da cirurgia?
Gostei muito, pois foi menos invasiva e eu quase não senti dor após o procedimento. A única coisa que estou fazendo é uma fisioterapia respiratória e tomo remédio. Mas o fato de não sentir dor, ´é um grande alívio.
O médico residente Fidel Castro explicou que a cirurgia de Júlio tinha como objetivo retirar parte do pulmão do paciente para que fosse feita uma análise patológica. Com a finalidade de dizer a real extensão da doença. “O real diagnóstico da doença chegará em 15 a 30 dias, a partir disso um tratamento será adotado”, disse.
A era das operações cirúrgicas com membros expostos, em que o paciente tem meses em um leito de hospital para se recuperar está parece estar sendo extinta. “Com o advento das micro câmaras, as cirurgias estão podendo ser feita através da videoassitência, as chamadas cirurgia por vídeo. O cirurgião já não precisa mais colocar a mão dentro do paciente nem olhar diretamente para dentro das cavidades do corpo. Ao invés, uma câmara é inserida e a imagem é transmitida para uma tela. Hoje em HD e de LED.”, pontuou Carlos Alberto.
Historicamente a cirurgia para tratar o diagnóstico de Júlio sempre foi feita através de grandes e, muito, dolorosas incisões. Chamada Toracotomia Postero-Lateral. “Havia secção de toda a musculatura da parede torácica e, o que aumenta muito a dor, afastamento das costelas, que nessa manobra frequentemente se fraturavam”, completou o médico.
Carlos Alberto informou que a opção pela técnica do Singleport foi escolhida porque se consegue fazer o mesmo tratamento que a técnica aberta faz, mas com muito menor agressão cirúrgica. Essa redução do trauma cirúrgico, leva a um grande benefício ao paciente pois ele sente menos dor, tem menos complicações, passa menos tempo internado no hospital e tem um retorno mais rápido as suas atividades depois da cirurgia.
A cirurgia teve duração de 4h e foi realizada pelo Sistema único de Saúde (SUS). O preço, para os planos de saúde, em geral, sai aproximadamente em R$15.000 (material). “Mas como o paciente tem menos complicações, passa menos tempo da UTI e também no hospital, termina fiando mais barata”, concluiu Carlos.
Desde que Julio foi internado, é Elimar Rodrigues Silva, 32, que cuida e observa dia e noite cada passo do irmão. Ele relata que um dia pós o irmão ser operado, ele já interagia com os enfermeiros e colegas de quarto. “Sou primo dele, mas o considero um irmão. Quando descobrimos que ele tinha um tumor, as coisas ficaram complicadas, mas o medo da morte nunca
Desde que os primeiros sintomas da doença apareceram, em 2006, passar um dia sem sentir dores era uma realidade que Julio Ferreira não conseguia cogitar. Sentado na cama do hospital, o paciente que fumou desde os 15 anos e saiu de uma cidade com 19.576 rumo a Natal com a esperança de voltar para Caraúbas, oeste potiguar, se diz confiante. Para uma pessoa que “na vida, já fez de tudo um pouco para sobreviver”. Hoje vive.
O Hospital Universitário Onofre Lopes possui uma Unidade de Cirurgia Torácica Minimamente Invasiva onde trabalham os médicos Carlos Alberto Araújo e Jorge Dantas, e o médico-residente Fidel Castro.
Método
Cirurgia de portal, ou Singleport único é a cirurgia que, literalmente, é realizada através de um único portal - ou incisão - no umbigo do paciente. É uma forma de cirurgia videolaparoscópica minimamente invasiva. Na cirurgia laparoscópica tradicional um instrumental conectado a uma câmera de vídeo, ou laparoscópio, é inserido através de uma pequena incisão no abdômen.
Bate papo - Júlio Ferreira
Paciente que foi submetido a cirurgia pioneira no RN
“Fiquei mais confiante em uma cura”
Quando o senhor descobriu que estava com um tumor maligno, sentiu medo?
Fiquei apreensivo, mas não com medo. Quando cheguei até o médico Carlos Alberto, fiquei mais confiante em uma cura.
O que o senhor achou da cirurgia?
Gostei muito, pois foi menos invasiva e eu quase não senti dor após o procedimento. A única coisa que estou fazendo é uma fisioterapia respiratória e tomo remédio. Mas o fato de não sentir dor, ´é um grande alívio.
Tribuna do Norte