sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pelo menos 13 pessoas morreram em um ano de protestos pelo país

Em um ano de manifestações pelo país, pelo menos 13 pessoas morreram durante os protestos, segundo levantamento realizado pelo G1. Ao todo, foram três mortes no estado de Minas Gerais e em São Paulo, duas nos estados de Rio de Janeiro e Pará e uma nos estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Piauí. Nenhuma das mortes tem relação direta com confronto com a polícia. As mortes foram provocadas por atropelamentos, quedas, acidentes e o caso mais famoso, o do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, atingido na cabeça por um rojão enquanto filmava um ato contra o aumento da tarifa de ônibus no Centro do Rio, em 6 de fevereiro deste ano. As outras mortes ocorreram durante manifestações em 2013.

Ouvidas pela reportagem, as famílias de várias vítimas relataram esperar que as mortes não tenham sido em vão e questionam a validade dos protestos para mudar a realidade brasileira. “Não vai ajudar em nada. Eles pediam redução na passagem de ônibus e, de lá para cá, aumentou de novo e ninguém fez nada", diz a mãe de um jovem de 18 anos atropelado durante uma manifestação no interior de São Paulo.

Ao G1, a filha de Santiago, a jornalista Vanessa Andrade, disse que nunca foi a protestos, mas que não acredita que "fechar avenidas, apedrejar bancos e pontos de ônibus seja o caminho para a construção de um país melhor". "Meu pai também era contra este tipo de violência. Aprendi com ele que o diálogo é muito mais eficiente quando se reivindica alguma coisa", afirma ela.

Ela questiona a validade das manifestações para mudar algo na sociedade mas defende que se pense sobre o que acontece. "Me pergunto sempre se esta é a melhor maneira de mudar alguma coisa, principalmente hoje, com o Brasil em evidência e com tanta representatividade. Será que fez efeito? (...) Aguardo a resposta até hoje", diz ela, que era a única filha de Santiago.

O cinegrafista, que tinha 20 anos de carreira, deixou ainda três enteados e a esposa, com quem era casado havia 30 anos.

Vanessa sente falta dos jantares com o pai - eram dois por semana, com a família toda reunida, além dos churrascos nos fins de semana.

"Meu pai tinha muita felicidade nisso, em estar no meio de uma família enorme. No fim das contas, foi essa mesma união que nos ajudou a passar por aquela imensa turbulência em nossas vidas. Só quem perdeu uma pessoa amada no meio da rua, assim, sem sentido, longe de tudo, pode entender o que passamos. Receber um telefonema e ouvir que seu pai está sendo internado após ser ferido em um protesto é algo que não desejo para ninguém", relembra.

Fonte: G1

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