O
presidente Jair Bolsonaro reconheceu, nesta segunda-feira, 9, que a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso deve ser derrotada quando for ao
plenário da Câmara dos Deputados nesta semana. Bolsonaro voltou a atacar o
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso,
dizendo que ele “apavorou parlamentares” sobre o tema.
“Se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta, porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve no Supremo. O Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Brado, de Salvador, na Bahia.
Defensor do voto impresso, Bolsonaro vem atacando o sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas, lançando acusações infundadas e sem provas de suposta fraude. Bolsonaro lembrou ainda que o Congresso chegou a aprovar o voto impresso há alguns anos, mas que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a medida por considerá-la inconstitucional.
“Aprovamos. Depois o Supremo, sempre o Supremo, disse que é inconstitucional. Não tem cabimento o que o Supremo fez, completou o presidente da República. Nesta semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse ter conversado com Bolsonaro sobre a decisão de levar a PEC para o plenário da Casa, e que o líder do Executivo garantiu que respeitaria a decisão da maioria dos deputados.
“O presidente Bolsonaro me garantiu que respeitaria o resultado do plenário”, pontuou em entrevista à rádio CBN. A PEC do voto impresso deve ser apreciada nesta semana, na terça ou na quarta-feira. A tendência é de que a maioria dos deputados votem contrário à proposta que foi derrotada na Comissão Especial na Câmara por 23 votos contrários e 11 favoráveis.
Nas últimas semanas Bolsonaro aumentou o tom contra ministros do Supremo e chegou a fazer uma transmissão ao vivo nas redes sociais onde prometeu apresentar provas de suposta fraude eleitoral, mas terminou admitindo que não as possuía e falou em “indícios”. Os ataques de Bolsonaro fizeram com que o presidente do STF, Luiz Fux, cancelasse reunião entre os chefes dos poderes da República.
Fonte: O Povo
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