O
ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta
segunda-feira (7) que o inquérito aberto na Corte para investigar o deputado
Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, seja
enviado para a Justiça de São Paulo.
A
investigação foi aberta após uma ex-empregada doméstica de Tiririca afirmar que
foi alvo
de assédio por parte do deputado durante viagens que fez com a família dele
em 2016.
A
defesa de Tiririca afirma que o deputado e a família são vítimas de extorsão,
acrescentando e que a ex-empregada doméstica, após ter sido demitida, exigiu R$
100 mil para não prejudicar a reputação do parlamentar.
Foro privilegiado
Ao
enviar o inquérito para São Paulo, Celso de Mello determinou que o caso vá para
o Tribunal de Justiça do estado, segunda instância da Justiça que ficará
responsável por remeter o processo a um magistrado de primeiro grau.
O
ministro do STF apontou que o fato apurado, embora tenha ocorrido no exercício
do cargo, não tem relação com o mandato.
Na
semana passada, o STF decidiu restringir
o foro privilegiado de deputados federais e de senadores para casos
ocorridos durante o mandato e em função do cargo.
"A prerrogativa de foro, por isso mesmo, nos termos
da Constituição da República, não configura, como anteriormente enfatizado,
situação de privilégio pessoal. Há de estender-se, como ninguém o desconhece,
somente a quem haja cometido, 'in officio', fato criminoso que guarde estrita
vinculação com o exercício das funções inerentes ao cargo que titulariza, pois
a prerrogativa de foro, enquanto derrogação excepcional dos postulados da igualdade
e do juiz natural (que há de ser, ordinariamente, um magistrado de primeira
instância), tem caráter eminentemente funcional", escreveu o ministro.
G1