Mesmo com ampla maioria para restringir a regra do foro privilegiado
para deputados e senadores, a conclusão do julgamento no Supremo Tribunal
Federal (STF) foi adiada para esta quinta-feira. Falta votar apenas o ministro
Gilmar Mendes. No entanto, o voto dele não deve fazer diferença no resultado.
Até agora, sete ministros declararam que devem permanecer na corte apenas
processos sobre crimes cometidos por parlamentares no exercício do mandato, por
fatos diretamente relacionados à função pública.
Outros três ministros votaram para que os crimes comuns cometidos
durante o mandato também sejam processados no STF. Gilmar Mendes deve se
alinhar a esta corrente minoritária.
A decisão deve diminuir a quantidade de processos da corte, dando mais
celeridade às investigações remanescentes. No entanto, ao fim do julgamento, os
ministros ainda precisarão esclarecer algumas questões. Por exemplo, quais os
critérios para considerar um crime decorrente do exercício da função.
Na sessão de hoje, o ministro Alexandre de Moraes contestou a informação
de que 95% dos processos penais da Corte serão transferidos para outras
instâncias, se a regra do foro privilegiado for alterada. Ele disse que, no
gabinete dele, a lista não ultrapassa de 20% dos inquéritos e ações penais. O
índice mais alto foi apresentado pelo relator do caso, ministro Luís Roberto
Barroso, em plenário no ano passado. O valor foi apurado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
O GLOBO