Em menos de seis meses, desde que implantou a nova
política de preços para combustíveis, a Petrobras já reajustou o valor da
gasolina 116 vezes. O diesel mudou ainda mais: foram 120 alterações no preço.
Dos 116 reajustes da gasolina, 61 foram para cima e 55,
para baixo. O saldo final: o preço combustível acumula alta de 29,54%.
No caso do diesel, foram 68 altas no preço contra 52
quedas, acumulando valorização de 25,42% no período.
O último reajuste saiu nesta quinta-feira (28): a
petroleira anunciou aumentos de 1,1% para o diesel e de 1,7% para a gasolina.
Os novos valores passam a valer a partir desta sexta (29).
As mudanças de preços acontecem nas refinarias, e podem
ou não ser repassadas pelos postos para o consumidor.
Nova política
Desde 3 de julho, a Petrobras adota uma política que
prevê reajustes com mais frequência, inclusive diariamente, nos preços dos
combustíveis vendidos nas refinarias.
Segundo a estatal, a ideia da nova política é repassar
as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional e, com isso,
competir “de maneira mais ágil e eficiente”.
A política de preços da Petrobras foi alvo de críticas
no passado, principalmente no governo da presidente Dilma Rousseff.
Quando a cotação do petróleo no mercado internacional
caiu a níveis históricos, a Petrobras decidiu não repassar essa queda para o
preço dos combustíveis. Ao importar combustível mais barato e vendê-lo pelo
mesmo preço de antes, os ganhos da Petrobras com a revenda aumentaram.
Na época, críticos afirmaram que, ao manter os preços
artificialmente, o governo estava usando a política de preços para recuperar
parte do que perdeu quando o petróleo estava caro lá fora –e o preço não subiu
aqui– e para tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um endividamento
muito grande da companhia.
Agência Brasil