Os
Municípios recebem na próxima sexta-feira, 30 de junho, o repasse do
terceiro decêndio de junho do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM). O montante transferido será de R$ 1.812.945.815,29, já descontada
a dedução do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A Confederação
Nacional de Municípios (CNM) informa que em valores brutos, ou seja,
incluindo a dedução do Fundeb, o valor do último decêndio deste mês é de
R$ 2.266.182.269,11.
A
CNM fez um comparativo do 3º decêndio de junho deste ano com o mesmo
período de 2016. Nesse cenário, a entidade aponta aumento de 7,87% em
termos nominais, isto é, comparando os valores sem considerar os efeitos
da inflação. Quando é levado em conta o valor dos repasses em termos
reais – as consequências da inflação – o aumento do 3º decêndio de junho
em relação ao mesmo decêndio de 2016 é de 4,49%.
Diante
dos valores que foram repassados em junho, a CNM ressalta que
historicamente o repasse do 2º decêndio apresenta um grande volume de
recursos. Neste ano, o repasse do 2º decêndio deste mês superou em R$
16,4 milhões o total que foi repassado no 3º decêndio também de junho.
No entanto, a Confederação reforça que esse comportamento do FPM é
excepcional e, portanto, não deve se repetir nos próximos meses. Por
isso, a entidade reitera a necessidade de cautela por parte dos gestores
municipais, uma vez que os próximos meses apresentam, tradicionalmente,
os menores repasses do ano.
Repasses em 2017
No
acumulado de 2017, o FPM soma nominalmente R$ 46,950 bilhões frente aos
R$ 42,923 no mesmo período do ano anterior. Em termos nominais, o
somatório dos repasses cresceu 9,38% do ano passado para o ano corrente.
Se forem considerados os efeitos da inflação, o crescimento real do
somatório dos valores repassados de janeiro a junho de 2017, na
comparação com o mesmo período do ano anterior, foi um pouco menor: de
4,92%.
Por
esse motivo, a recomendação da CNM é de que os gestores municipais
devem continuar se planejando para cumprirem suas obrigações
orçamentárias, já que o cenário econômico nacional ainda requer
precaução em relação à recuperação da atividade econômica. Apesar de os
indicadores de inflação estarem favoráveis, nas projeções no último
relatório (Boletim Focus) divulgado pelo Banco Central do Brasil, houve a
redução da estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de
2017, que passou de 0,4% para 0,39%. Além disso, a CNM destaca que a
conjuntura política do país continua bastante instável.
Julho
Em
particular, no mês de julho, o FPM apresenta uma forte queda devido à
sazonalidade da arrecadação ao longo do ano. Ela ocorre em função dos
níveis de atividade econômica típicos de cada período. Nesse contexto, a
CNM lembra que o alento para o mês de julho é o repasse de 1% extra do
FPM, uma conquista municipalista da Marcha a Brasília em Defesa dos
Municípios e promulgada em 2014 por meio da Emenda Constitucional 84
daquele ano.
Essa
medida altera o artigo 159 da Constituição Federal e eleva,
gradativamente, os recursos repassados pela União para o Fundo. Assim, o
repasse passa dos então 23,5% para 24,5% do produto da arrecadação do
Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI). Esse dispositivo constitucional veio no sentido de procurar
normalizar a queda do FPM nesse mês.
Veja aqui a íntegra da nota do FPM e os valores repassados por Município
CNM