Morto
por policiais militares de Goiás nesta segunda-feira (28/6), com pelo menos 38
tiros, Lázaro
Barbosa de Sousa, 32 anos, carregava com ele uma mochila bem
equipada. O material foi entregue às autoridades e será periciado. O conteúdo
da sacola revela que Lázaro estava preparado para ficar mais dias escondido,
além dos 20 em que esteve foragido
Na
mochila foi encontrada uma faca de cabo verde, um coldre de arma de fogo,
carregador de pistola sobressalente, diversas munições, liga de borracha e fita
plástica; jaqueta camuflada, balaclava, luva de pano, isqueiro, frasco branco
com óleo, frasco branco com comprimidos, amoxicilina (antibiótico) e naproxen
(analgésico), macarrão instantâneo, tempero pronto, uma cebola, bolachas e R$
4,4 mil em espécie.
Ao
lado do corpo de Lázaro Barbosa, os PMs encontraram também duas armas de fogo,
uma do tipo pistola, “que parou aberta com todas as munições deflagradas”, e um
revólver calibre .38 com 6 munições deflagradas.
De
acordo com o secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), Rodney Miranda,
Lázaro teria ido encontrá-las: “Ele foi para se encontrar com elas [ex-esposa e
ex-sogra]. Nós estávamos monitorado e tentamos pegá-lo ali”.
Ele
também confirmou que a ex-mulher e a ex-sogra foram levadas para prestar
depoimento. “Se ficar constatado que queriam facilitar, vão ser indiciadas e
até presas.” Durante a abordagem policial, a ex-sogra chegou a dizer que Lázaro
“não fez mal a ninguém”.
A
ex-companheira de Lázaro entrou com os policiais na mata antes de ser levada à
Delegacia de Águas Lindas para depoimento. Cerca de duas horas depois, elas
foram liberadas e uma viatura as levou para casa. Segundo a polícia, a
ex-mulher passou mal e a oitiva delas foi adiada.
Rede
que o acobertava
“As
investigações não acabam aqui. Ainda temos pessoas para investigar e prender.
Agora, sai a força intensiva e fica o trabalho investigativo. Vamos até
descobrir todos os envolvidos”, disse Rodney Miranda.
Ele
afirmou que o criminoso tinha uma rede que o acobertava: “Temos informações que
ele atuava como jagunço e segurança de algumas pessoas. A questão dele querer
fugir, patrocinado, logicamente, mostra que ele tinha uma rede que o
acobertava. Com gente não interessada na prisão dele”.
“Ele foi encontrado com R$ 4,4 mil no bolso. Mais uma prova
de que tem gente acobertando ele e dificultando o trabalho das forças
policiais”, completou o secretário. Ele também confirmou que a ex-mulher e a
ex-sogra foram ouvidas. “Se ficar constatado que queriam facilitar, vão ser
indiciadas e até presas.”
De
acordo com Miranda, entre as pessoas interessadas na fuga de Lázaro estaria
Elmi Caetano, 74 anos, preso na semana passada por esconder o psicopata na
chácara dele, em Girassol (GO). O secretário informou ainda que constam mais de
30 delitos associados ao criminoso no DF, em Goiás e na Bahia.
Chacina
Lázaro
é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal,
21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou Cleonice Marques
de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime
ocorreu na madrugada de 9 de junho, no Incra 9, em Ceilândia.
O
corpo de Cleonice foi encontrado dias depois, em um matagal. O cadáver estava
sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.
Desde
que matou a família Vidal, Lázaro vem entrando e saindo de propriedades,
fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele invadiu outros dois
locais, baleando três pessoas em um deles, além de um policial. Em Goiás, ele
ficou escondido na região entre Girassol, Edilândia e Cocalzinho, Entorno do
DF.
Ficha
criminal
A vida criminal de Lázaro começou em 2008. Na época, ele
foi preso por um duplo homicídio em Barra do Mendes, município baiano que fica
a 540 km de Salvador. Ele é natural da cidade.
Segundo
a Polícia Civil baiana, o criminoso foi indiciado pelos assassinatos de José
Carlos Benício de Oliveira e Manoel Desidério Silva, no povoado de Melancia. O
inquérito, concluído e enviado à Justiça, aponta que ele atingiu as vítimas com
disparos de espingarda e depois fugiu, apresentando-se dias depois na unidade
policial. Após a prisão, ele acabou fugindo para o Centro-Oeste.
No
DF, chegou a ser condenado por roubo e estupro. Mas, também, conseguiu fugir do
sistema penitenciário em 2016.
A
capacidade de fuga de Lázaro já é velha conhecida da polícia e do sistema
prisional goiano. Em julho de 2018, ao tentar escapar junto de outros cinco
detentos do presídio de Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, ele foi
o único que obteve êxito.
Site
Metrópoles