quarta-feira, 29 de abril de 2020

Poço Dantas-PB, onde nasce o Rio do Peixe, completa 26 anos de emancipação política

No ano de 1915, Poço Dantas era conhecida como uma região de grande suporte forrageiro para rebanhos dos Estados Rio Grande do Norte e Ceará, por essa razão atraía numerosos fazendeiros de outras regiões. A origem do topônimo local é um pouco incerta, todavia, conta-se que a região onde estava encravada a cidade serviu de habitat de Antas, um mamífero perissodáctilo da família Tapiridae e gênero Tapirus. Conta-se que onde hoje é a cidade, havia um Poço que servia de bebedouro para estes animais, daí ter surgido a ideia de - Poço da Anta -, Poço D"antas ou - Poço Dantas.

Sua história começou na primeira metade do século XIX, sua emancipação proporcionou-se no dia 29 de abril de 1994, sendo sua instalação no dia 1 de janeiro de 1997. Em 1691, o capitão-mor Antônio José da Cunha, de Pernambuco, estabeleceu-se com fazenda de gado às margens do rio do Peixe, hoje sede do atual Município. Limita-se com os municípios de Icó/CE, Venha-Ver/RN, Luís Gomes/RN, Bernardino Batista e Joca Claudino. Localizado na de Microrregião de Cajazeiras. Quem nasce no município é poçodantense.

O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca. O município em sua área rural é formado pelos Distritos de Tanques e São João. Bosco, da Vila de Barra de Piabas, Boa Vista além de outras comunidades rurais. Apresenta uma vegetação do tipo Caatinga arbórea Mata Serrana. A agricultura e a pecuária, seguida do comércio constituem as principais atividades econômicas da comunidade.

Dentre as diversas pessoas que chegaram ao Município destaca-se a figura de Valdevino Lobo e dos Maia, vinda de Catolé do Rocha-PB. Tomaram eles a iniciativa de perfurarem poços nas terras das comunidades de Miuns e Garrancho e Poço Dantas, todos estes poços se constituíram em fonte hídrica para o rebanho bovino nos anos de seca que sucederam. A região foi também explorada pelos Rochas e Macambiras de Antenor Navarro, hoje São João do Rio do Peixe, e por Maximiano Diógenes e Gaudêncio Torquato, ambos norte rio-grandenses.

Poço Dantas também foi rota da Coluna Prestes nos anos de 1926, passando pelo Sítio Miuns vindos da região de São Miguel-RN com destino ao município de Uiraúna, com escala no povoado de Aparecida. A Coluna Prestes foi um movimento político-militar brasileiro existente entre 1925 e 1927 e ligado ao tenentismo de insatisfação com a República Velha, exigência do voto secreto, defesa do ensino público e a obrigatoriedade do Ensino secundário para toda a população. Em sua marcha pelo Brasil, os integrantes da Coluna Prestes denunciavam a pobreza da população e a exploração das camadas mais pobres pelos líderes políticos. Sob o comando principal de Luís Carlos Prestes (chefe de estado-maior).

Os principais precursores do desenvolvimento local foram Manoel Vieira, Honório Sampaio, José Maria de Castro e Joaquim Correia de Araújo, foram eles que construíram as primeiras residências.O saudoso professor José Maria Castro foi o responsável pela doação do terreno da Igreja de São Francisco de Assis da Paróquia de Poço Dantas.

A primeira feira pública aconteceu no ano de 1933, idealizada por Sinfrônio Campêlo. Em 1938, Francisco Constâncio de Oliveira tornou-se comerciante tendo este construído uma pequena capela, onde hoje é a Igreja que tem “São Francisco de Assis” como padroeiro. O primeiro vigário foi o Cônego Anacleto, sucedido pelo Padre Domingos Cleides Claudino. Em 12 de agosto de 2005, a capela de Poço Dantas se tornou Paróquia, tendo como primeiro pároco o Padre. Francisco Pereira Mendes. Atualmente o administrador da Paróquia de São Francisco é o padre Narciso Sousa.

O primeiro educador foi José Maria de Castro, que teve como iniciativa de fundar uma escolinha em um quarto, no Mercado Público, construído pelo então prefeito de Uiraúna, Adolfo Rodrigues. O primeiro Delegado foi Sinfrônio Campêlo e o primeiro tabelião foi o Sr. Odilon Francisco de Oliveira.

No ano de 1932, por ocasião da grande seca, o então Prefeito nomeado de Antenor Navarro, hoje São João do Rio do Peixe, Sr. Natécio Maia, determinou a construção da rodagem que liga Uiraúna a Poço Dantas, que facilitou o escoamento do minério de cal abundantes na região, sendo este utilizado para a construção da barragem de Pilões. O lugar foi marcado pela passagem de bandos de cangaceiros nos idos de 1910 e 1920.

Poço Dantas já era Distrito quando Uiraúna ainda era territorialmente pertencente ao Município de Antenor Navarro. Em 02 de dezembro de 1953, foi sancionada a lei pelo então Governador Dr. João Fernandes de Lima que criou o município de Uiraúna e restaurou o Distrito de Poço Dantas em sua área territorial. Em 29 de Abril de 1994, o então governador Cícero Lucena Filho criou o município de Poço Dantas.

Poço Dantas teve sua emancipação política em 29 de abril de 1994, através da Lei nº 5.931. Em 3 de outubro de 1996, aconteceu a primeira eleição, tendo sido eleito José Milton Santiago (Azulão), “in memoriam”, irmão do ex-senador da República, Wilson Santiago, como o primeiro prefeito constitucional do município. O primeiro vice-prefeito do Município foi o Sr. Manoel Pereira de Queiroz (Del Pereira). A Banda Marcial do Município leva o nome de José Milton Santiago. A BR-434, que liga a cidade de Poço Dantas a BR-405 até a divisa com o estado do Ceará recebeu a denominação de “Rodovia José Milton Santiago – Azulão”, um projeto do então Deputado Federal Wilson Filho.

Tendo como base a agricultura de subsistência, através da plantação de milho, feijão e criação de pequenos animais, além das culturas permanentes de caju nos dias que antecedem a chegada da água da Barragem de Capivara, o município mantém seu abastecimento através de poços.

Existe uma grande vocação para exploração do turismo rural, pois na Serra Grande, uma trilha dar acesso a um tipo de minério, de origem calcária, produzindo um tipo de massa fina de cores variadas (branca, amarela, preta, rosa), que tem chamado a atenção dos pesquisadores, porém não se tem notícias ainda de que tipo de minério se trata.

O Rio do Peixe, na sua passagem pelo município, forma várias cachoeiras com piscinas naturais, que no lugar denominado de “Sítio Golfes” é muito frequentado por banhistas no período de inverno. O açude Poço Dantas fica localizado próximo à sede do município e no pé da Serra Grande. É também muito frequentado por banhistas, que geralmente visitam o lugar nos finais de semana e feriados.

Na área turística, o município tem grande vocação para o turismo de eventos, com suas festas tradicionais comemoradas com grande participação popular, com ênfase para o Padroeiro do município, São Francisco, culminando em 04 de outubro; São João Bosco, no Distrito de mesmo nome (31 de janeiro); São José, na Vila de Barra de Piabas (19 de março); Emancipação Política (29 de abril) e o São Pedro na sede do Município e no Distrito de Tanques (28 e 29 de junho).

A bandeira e o brasão do município foram idealizados pelo professor Keyller de Sousa Josias. O verde da bandeira representa a Serra Grande, o cartão postal da cidade; o milho e o feijão representam a economia do Município; os pássaros representam a paz e a liberdade; o amarelo representa os minérios da Serra Grande e o azul simboliza o céu.

O primeiro prefeito José Milton Santiago (Azulão), governou o município entre 1997- 2000 e 2001 a 2004; Itamar Moreira Fernandes - 2005 – 2008 e 2009 – 2012; José Gurgel Sobrinho- 2013 – 2016 e de 2017 até os dias atuais. O sindicalismo é representado no município pela sindicalista e professora Erivalda Paulina Deniz. A primeira mulher a disputar o cargo de prefeita no município foi a professora Maria Eva de Sousa Lira em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Mulheres que ocuparam o cargo de vereadora. A professora Maria Eva de Sousa Lira eleita em 2012 pelo Partido dos Trabalhadores e Francisca Alexandre de Almeida Filha (Dark) pelo PSB.

A oposição é representada pelo presidente do Diretório Municipal do Solidariedade, empresário José Almeida Castro (Zé Almeida), filho do comerciante e pecuarista, Francisco de Almeida Castro (Caboclo Maria) e Dona Maria Cristina de Almeida Castro “in memoriam”.

Abdias Duque de Abrantes - jornalista, servidor público, advogado, graduado em Direito pela UFPB e pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Potiguar (UnP), que integra a Laureate International Universities.

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